A orla da Praia do Morro em Guarapari, que recentemente foi reurbanizada, tem espaços para a contemplação das belezas naturais da região e um desses pontos é a árvore do Vovô Nuto, que recebeu um tablado para que moradores e turistas pudessem sentar embaixo de sua sombra e aproveitar o lindo visual.

O que era para ser um espaço para o bem comum está trazendo muita preocupação e insegurança para moradores.

Mas o que era para ser um espaço para o bem comum está trazendo muita preocupação e insegurança para moradores, comerciantes e frequentadores da área, porque a árvore passou a ser usada como dormitório para moradores de rua e ponto de venda de drogas

Segundo a presidente da Associação de Moradores da Praia do Morro, Fátima Fonseca, a região que vai da árvore do Vovô Nuto até o final da Rua Cannes é conhecida como Zona de Gaza, devido sua insegurança. “Ali é terrível. São assaltos, usuários de droga, prostituição. Eu tenho recebido muitas denúncias via ligações, redes sociais e abordagens na rua. Tem até uma moradora que já não quer mais morar lá”.

Ainda de acordo com a presidente da associação de moradores, os traficantes usam o tablado da árvore para esconder drogas e evitar o flagrante em caso de alguma abordagem policial.

Os traficantes usam o tablado da árvore para esconder drogas.

Para tentar solucionar o problema a associação tenta melhorar a iluminação do local. “Há três anos, desde quando foi feita a obra, a associação vem pedindo para que aquela parte seja iluminada. A orla tem uns postes que chamamos de decorativos porque eles não funcionam direito. Eles vivem estragados, as lâmpadas vivem queimadas e na última gestão foi constatado que estavam até dando choque nas pessoas”, disse a presidente.

Fátima afirma que a retirada da árvore já foi até proposta por outros órgãos durante a reunião da Rede de Promoção de Ambientes Seguros (REPAS), mas a associação não concordou. “A árvore tem aproximadamente trinta anos, durante a obra de reurbanização foram retiradas 200 das 290 árvores que haviam na praia. Esta árvore foi preservada, é uma árvore frondosa e de referência na orla. Foi feito um espaço de contemplação, por isso, não concordamos”.

Ela também afirma que a associação chegou a criar um projeto para iluminar o local. A presidente da associação afirma ainda que conseguiu parceiros para limpar o local e instalar a energia.

Associação de moradores quer mais segurança no local.

Além do problema da iluminação, ela afirma que falta policiamento no local. “A incidência de furtos na orla é muito grande, na região da árvore principalmente. Falei com a polícia comunitária para vigiar mais essa área, que é onde mais acontece as coisas. Mas eles alegam que não podem deixar uma viatura direto aqui porque também precisam cuidar dos bairros”.

Comércio. Os comerciantes locais também reclamam da presença de moradores de rua e traficantes na área. “Eles ficam ali bebendo, usando drogas, fazendo de ponto de venda de drogas. Tem muito pedinte abordando as pessoas e animais. É um grande transtorno. Já sugeri a retirada do tablado e colocar apenas uma jardinagem para que as pessoas possam fazer fotos e aproveitar o local. O tablado continuar ali não tem como. Já batalhamos com a Codeg para iluminar aquilo ali, mas eles arrancam a iluminação, tiram a fiação, quebram as lâmpadas, colocar câmeras ali no meu modo de ver também não é solução. A solução é retirar o tablado”, disse um comerciantes que não quis se identificar.

A orla da Praia do Morro em Guarapari, que recentemente foi reurbanizada, tem espaços para a contemplação das belezas naturais da região.

O Capitão Coelho Dias, da Polícia Militar, afirma que tem realizado várias ações na área. “Temos o policiamento a pé que atua mais especificamente nesse trecho visando coibir a presença dos usuários e vendedores de drogas, desenvolvemos operações envolvendo a Companhia da Policia Militar junto com o Serviço Reservado da PM e o Grupo de Apoio Operacional. Nos últimos três ou quatro meses intensificamos o policiamento e as abordagens ali. As prisões e apreensões ali aumentarem e muito. Fazemos abordagens aleatórias na parte da manhã, tarde, noite e madrugada”.

Para o capitão a retirada do tablado também é a melhor solução para o problema. “Ele é um chamativo para que essas pessoas sentem e fiquem acomodadas ali. Já o morador e turista não se aproximam porque ao redor dela tem morador de rua deitado ou uma pessoa e situação suspeita que é melhor não se aproximar. Então porque não deixar a árvore ao natural. Ela seria preservada, ela não vai sofrer qualquer tipo de dano que vá deteriorar sua existência. Mas o tablado não é natural e já chegamos à conclusão que ele não é benéfico”.

A prefeitura informou que a nova gestão já está ciente do problema e estuda melhorias para o espaço. Disse ainda que em relação aos moradores de rua, todos os dias uma equipe da Casa Dia realiza abordagens as pessoas em situação de rua orientando para que se dirijam até a Casa Dia para receber higienização, refeição e possível encaminhamento a sua região de origem ou ao mercado de trabalho. Mas que em muitos casos as pessoas recusam auxílio ou são reincidentes e o órgão respeita o direito constitucional de ir e vir.

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