É gritante a falta de pudor por parte de pessoas que durante os últimos quatro anos jamais nos direcionaram a palavra; mas que agora, no palco eleitoral, esbanjam um sorriso amarelo e sem graça ao nos encontrar, se dirigindo a nós numa ação orquestrada e puramente politiqueira. Ações forçadas e não naturais como estas, só fazem repelir ainda mais o eleitor do que o aproximar dos candidatos.

Somado a isso, em época de campanha municipal (como é o caso), os eleitores são frontalmente bombardeados por diversas propagandas de candidatos à vereador e prefeito, que se excedem repugnantemente. Como exemplo, todo ano eleitoral, ao término das eleições, a população, após cumprir seu valioso direito de votar, observa, com maior atenção e percepção, a degradação ambiental espalhada por toda cidade. O espaço público transforma-se no lixo privado. São amontoados, espalhados e rasgados, milhões de panfletos, cartazes, microcartazes, folders e todo tipo desta peculiar espécie de propaganda – a eleitoral.

Candidatos
São amontoados, espalhados e rasgados, milhões de panfletos, cartazes, microcartazes, folders e todo tipo desta peculiar espécie de propaganda – a eleitoral.

Fato é que, não se pode negar que a poluição eleitoral estética ou visual, entre outras questões, é certamente uma ameaça ao patrimônio arquitetônico, artístico e histórico de cada cidade. Contudo, não é qualquer propaganda eleitoral que se encaixa nessa descrição, mas somente aquela que é excessiva ou que não respeita o patrimônio coletivo ou público.

Inacreditavelmente é sempre assim. Entra eleição e sai eleição e o comportamento desses “politiqueiros” não muda. Invariavelmente trocam-se os atores. Contudo, ainda assim o script permanece sendo o mesmo.

Diante disso, baseado nessa fala, segue alguns bons conselhos aos candidatos, à respeito do que a maioria expressiva e esmagadora do eleitorado não gosta:

1. Para começar, o eleitor não gosta de falsidade.
2. O eleitor não gosta de tapinha nas costas.
3. O eleitor não gosta de ser abraçado.
4. O eleitor não gosta de carro de som com músicas grudentas.
5. O eleitor não gosta de carreata/passeata que engarrafa o trânsito.
6. O eleitor não gosta de panfletos lotando sua caixa de correios.
7. O eleitor não gosta de horário eleitoral obrigatório.
8. O eleitor não gosta de panfletagem em sinais, ruas etc.
9. O eleitor não gosta de bandeiras flamulando em cruzamentos, semáforos etc.
10. O eleitor não gosta de ligações com gravações de candidatos pedindo voto.
11. O eleitor não gosta de correspondência com pedidos de votos.
12. O eleitor não gosta das mentiras descaradas de campanha.
13. O eleitor não gosta da visita do candidato no bairro ou na comunidade, quando este nunca se preocupou com nada de lá.
14. O eleitor não gosta dos comícios que fecham ruas, praças etc. (Felizmente isso já é proibido por lei).
15. O eleitor não gosta das pesquisas de preferência de voto.
16. O eleitor não gosta de fogos de artifícios sem uma comoção coletiva.
17. O eleitor não gosta ver cavaletes com foto de um punhado de gente que jamais viram na vida e sem nenhuma expressão, espalhados pelas calçadas.
18. O eleitor não gosta de ver candidato sem curso superior pleiteando e querendo uma vaga para criar leis municipais ou mesmo administrar toda uma cidade, sem formação à altura para tal.
19. O eleitor não gosta de ver candidato que não cuida nem da sua própria família e casamento, tentando ofertar uma melhor qualidade de vida a toda uma cidade. Que contraditório isso, heim!

Como se pode ver, muita coisa no período de campanha passa do limite da paciência do eleitorado. A crítica ao excesso de propaganda, muitas vezes atrapalhando o direito de ir e vir do cidadão, e estimulando a poluição visual da cidade, tem seu fundamento embasado em flagrantes de alguns dos muitos exemplos citados a cima, e que – diga-se de passagem – muitos destes ferem a própria legislação.

Que haja concorrência. Isso é importante, preciso e salutar. Mas, que isso não gere excessos e nem atrapalhe a população. Assim, resta saber se a estratégia eleitoral e o marketing duvidoso não vão acabar se revertendo contra os candidatos

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