Quem não gosta de ter recursos de acesso à informação disponíveis 24 horas por dia? É exatamente isto que a tecnologia faz com a sociedade. Acostumamos a ter acesso ao que julgamos necessário de forma rápida e flexível. Estamos ansiosos por informação… Aquela breve resposta que nos libera para a próxima tarefa da rotina.

No mesmo ritmo, as crianças são envolvidas pela ansiedade de forma extraordinária. Quem nunca viu uma criança insistir por um celular para um joguinho “rápido”? Sem falar na desenvoltura, que muitas vezes supera a do adulto.

crianca-tablet-20142401-original
nós adultos deveríamos ser os primeiros a criar uma rotina diária de leitura, e assim, contagiar as crianças com uma boa dose de exemplo.

Como diz o ditado popular: “Um grama de exemplo vale mais que uma tonelada de conselhos”, ao que a maioria faz dedicando algum tempo do dia para o uso das redes sociais, nós adultos deveríamos ser os primeiros a criar uma rotina diária de leitura, e assim, contagiar as crianças com uma boa dose de exemplo.

Que não se confunda o livro com a leitura. Não importa a mecânica usada, leitor digital ou exemplar, a ação de pausar e ler é que faz a diferença. De fato, a leitura em um aparelho que permita o acesso ao navegador da internet pode se tornar um gerador de distração para o leitor. Por isso, na escolha do mecanismo de leitura, vale avaliar os aspectos do desenvolvimento humano.

Um exemplo: na leitura para as crianças da Educação Infantil a expectativa é um motivador no interesse pela história, logo, é adequado o uso de recursos que gerem essa expectativa, como o contato com objetos, texturas, formas, ou mesmo uma leitura com entonação, ritmo e expressividade por parte do adulto.

educação_dia_do_livro_736x341
Não importa a mecânica usada, leitor digital ou exemplar, a ação de pausar e ler é que faz a diferença.

Através do lúdico uma história clássica pode tornar-se contemporânea, despertando o interesse da criança, fazendo-a enriquecer o vocabulário, pensar e escutar de forma mais ampla e concentrada, reduzindo muitas vezes a ansiedade.

Com um pouco de reflexão, definição e acompanhamento de conteúdos, há sim um consenso entre tecnologia e a leitura. Com o equilíbrio de ambos, formaremos crianças ainda mais críticas e ricas em conhecimento.

Fernanda Marinho
Diretora do CE Cultura Infantil, Bacharel em Ciência da Computação, Administração de Empresas e Licenciando em Sociologia.
E-mail: [email protected]