O dia 16 de outubro de 2014 ficará marcado pra sempre na vida de Claudiana da Silva de 30 anos. Ainda bebê, Claudiana foi abandonada pelo padrasto na casa do casal Arlindo Silva e Nailde Santana da Silva, quando eles ainda moravam no bairro Amarelos, zona rural de Guarapari. Benedito chegou bem cedo na casa e pediu para o casal olhar a criança enquanto ele compraria pão. “Lembro das palavras até hoje ‘fique aqui, vou comprar pão e volto pra te buscar’, mas o tempo foi passando, chegou a noite e comecei a chorar”, conta Claudiana, emocionada.

O casal ainda esperou o homem voltar para buscar a criança de apenas dois anos, mas a criança ficou esquecida. Mais tarde, eles a registraram com o nome de Claudiana da Silva.“Ele disse ao casal que minha biológica não me queria mais”. Muitos anos se passaram e Claudiana sempre quis conhecer a mãe, mas as únicas informações era sobre o padrasto e o primeiro nome da mãe, Otília.

Aos 11 anos de idade, ainda criança, ela foi para o Rio de Janeiro trabalhar e ganhar o próprio dinheiro. “A vida nunca foi justa comigo. Mas sou forte e tenho muita fé em Deus. Estudei, trabalho em um escritório de administração em São Gonçalo no Rio de Janeiro, tenho minha casa e amigos maravilhosos, mas sempre faltou um pedaço da minha vida”, desabafa.

O maior objetivo de vida da jovem, sempre foi descobrir a verdadeira identidade. 28 anos depois, quando Claudiana já estava perdendo as esperanças e cansada de enviar cartas para muitos programas televisivos, emissoras de rádio e sites, uma matéria divulgada na Tv Guarapari, fez surgir uma esperança no coração da jovem.

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Mãe e Filha

O reencontro. Mal sabia ela, que em uma casinha simples no bairro São Gabriel, estaria o grande tesouro que lhe deu a vida, dona Otília. Com muito calma, Otília dos Santos de 68 anos, contou que teve sete filhos, mas devido às condições precárias daquela época, não foi possível criar todos. Além de Claudiana, outro irmão também teria recebido os cuidados de outra família.

Dona Otília deu o nome de Ana Cláudia, mas não chegou a registra-la. No entanto, os pais adotivos lhes registraram como Claudiana. E após o conhecimento do nome, ela já pensa em mudar a certidão de nascimento. “Vou correr atrás para trocar meu nome. Sempre busquei o verdadeiro sentido da palavra família, e agora que encontrei, quero ser chamada com o nome que minha mãe biológica deu”, disse emocionada.

A senhora de 68 anos contou que não procurou a filha por medo, já que cometeu um grande erro no passado e poderia ser julgada por isso. “Eu tinha medo que eles julgasse mal em querer apenas conhecer minha filha caçula. Tive muita vontade de saber onde e como ela estava, e fiquei muito feliz que nos encontramos novamente”, contou dona Otília,

O pai de Claudiana e o padastro que a abandonou já são falecidos. Além dela, outro irmão também foi criado por outra família e esses, foram embora de Guarapari. Além da mãe, a auxiliar administrativo ainda tem mais cinco irmão para conhecer. “Pela primeira vez sentirei na pele o verdadeiro sentido do Natal, que será comemorado em família”, comemora Claudiana.

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