Xícara centenária herdada dos meu avós maternos. Foto: Marcelo Moryan.
Nasci na região sudeste de Minas Gerais, precisamente em Nanuque, ziguezagueando meus sonhos em paisagens cercadas por um mar de montanhas, cuja crônica se estende pela mesorregião do Vale do Mucuri. Ao contrário das Vias Ápias do cotidiano em que vivemos a atirar pedras, lá elas são queridas pelo deslumbre que provocam em forma de cartões postais – Pedra do Fritz, Pedra do Boiadeiro, Pedra de Lajedão, Conjunto de Pedras da Moça.
O assunto desta crônica deveria ser café do começo ao fim, mas por favor, permitam-me mais um pouco de saudade – sou um homem que curte o improviso, uma rima fora do desalento, um beijo fora de hora e até uma lágrima curtida de arrependimento – talvez porque ela insinue uma segunda chance de fazer o certo. De qualquer forma já estou a postos acompanhado da minha segunda dose de café NESPRESSO, a primeira foi o “RISTRETO”, a que está à minha frente vaporizando meus pensamentos é o “ARPEGGIO”, um espresso forte e cremoso do começo ao último gole. Só mais um pouquinho de saudade, eu imploro.
Fui criado no frescor avassalador de um altiplano serrano – Serra dos Aimorés, a mesma que separa Minas do Sul da Bahia. Devia ser mineiro como manda o figurino, mas prefiro a alcunha de Baianeiro e a aceito com orgulho da negritude que ajudou o Brasil a ser por mais de 100 anos o maior produtor de café do mundo – e a ainda o é com cerca 2.720.520.000 kg de grãos colhidos anualmente.
Foi por aquelas bandas serranas que ainda tocam minhas encardidas lembranças, pois já não sou tão menino assim, que pude observar meu querido pai a beber café em casa, sempre preparado com esmero e carinho por uma mãe devotada à família – ou ainda nas fazendas que os serviam com tapioca ou pão de queijo. Diga-se de passagem, jamais servido com açúcar. Aliás o hábito imperdoável de açucarar o café surgiu na França durante o reinado de Luís XIV. Na minha humilde opinião o açúcar torna todos os cafés iguais, evapora todas as personalidades cultivadas com muitos anos de dedicação.
Meu pai parecia seguir a tradição de Caixeiro Viajante, herdado do meu avô, dado às nossas mudanças que eram constantes. Foram tantas que meu berço etíope teve contato com vários cafeeiros, transportando os reluzentes frutos vermelhos ou amarelos das terras altas da Etiópia, lugar que até onde se sabe nasceram, para milhares de xícaras que já degustei. Sim, não se assuste, milhares! Degusto cerca de 08 xícaras por dia… please, eu sei, é um exagero, mas este talvez seja meu único pecado – de todos os outros já me desfiz ou amenizei, troquei tudo por uma boa conversa ou como está escrito em “Vide Vida Marvada” de Rolando Boldrin “Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver: Chega lá em casa pruma visitinha, Que no verso ou no reverso da vida inteirinha, Há de encontrar-me num cateretê”. Claro que com uma xícara de café sempre em mãos…
Bom… Chega de saudades, ufa, sobrevivi. Vamos então ao assunto principal.
Sou excessivo e recorrente na busca pela perfeição em tudo que faço ou gosto. E foi de gole em gole nas minhas milhares xícaras de café que em 2009 conheci a NESPRESSO e me cadastrei no Clube que hoje reúne mais de 08 milhões de pessoas no mundo.
Confesso… confesso sem vergonha alguma que minha experiência com esta bebida, que conquistou o Papa Clemente VII no primeiro gole, se divide em A.N/D.N. – Antes da Nespresso e Depois da Nespresso. A minha troca recente da máquina modelo D90 (aposentada após 07 anos de incansáveis extrações) pelo modelo Maestria só vem confirmar uma coisa:
O AROMA, TEXTURA E SABOR EXTRAÍDOS DE UMA CÁPSULA NESPRESSO TEM A “MAESTRIA” DAS MINHAS LEMBRANÇAS E SAUDADES IMPREGNADAS EM CADA INTENSIDADE DOS SEUS GRANDS CRUS (“Grand Cru” é uma denominação que vem do segmento de vinho e indica um produto premium de qualidade). É COMO SE O TEMPO TIVESSE SIDO APRISIONADO E SÓ GANHASSE A LIBERDADE PARA ME PRESENTEAR COM A SUA DOÇURA, CORPO E ALMA.
Eu poderia escrever o dia todo sobre a Nespresso, afinal estaria falando da minha vida ou melhor, o que combina com ela – CAFÉ COM CORPO E ALMA – Não por coincidência o slogan da Nespresso (rsrsrsr). Mas para não parecer propaganda encomendada visite o site https://www.nespresso.com/br, deixe conquistar-se pelo novo que sempre se renova e tire suas próprias conclusões… Ah… já ia me esquecendo, só uma coisa me impressiona mais que um café da Nespresso – o “ATENDIMENTO NESPRESSO”, tapete vermelho em todos esses anos, sem uma única mancha.
Já estou na terceira dose, aceita? Desta vez o DULSÃO, um puro arábica brasileiro lançado em 2009. Costumo dizer que foi criado para comemorar minha entrada para o Clube Nespresso (rsrsrsr – sonhos de um pobre mortal). O Dulsão mistura cafés Bourboun, vermelho e amarelo. A torrefação separada dos grãos garante a harmonia e o equilíbrio, revelando notas doces de mel e malte.
E para terminar, puxa tenho que fazer isso certo? Afinal poucos gostam de ler… mas se você chegou até aqui vai aguentar mais dois parágrafos.
Provar (ou “pocar”, segundo meu senso criativo) uma Cápsula de café da Nespresso para mim é como aquela música do Roberto e do Erasmo Carlos – SENTADO À BEIRA DO CAMINHO:
… Vejo blends a passar por mim, meu olfato se perde em cada aroma… tudo se confunde com a minha história – A Nespresso foi fundada em 1986, ano que, não por acaso, conheci a minha Amada Imortal – A mesma que até hoje acorda com aquele sorriso doce e me presenteia nas primeiras horas do dia com tapiocas, pão de queijo, bolo de banana… e enquanto a mesa do café da manhã se forma, ornada pelo jogo de café centenário, herdado da minha avó materna, a famosa “Lindinha”, eu vou ligando a MAESTRIA para extrair e libertar as primeiras notas inconfundíveis de saudade.
FIM (… mas não se engane: basta outra dose de café para começar tudo de novo…)