Na noite do último sábado, dia 14 de janeiro, taxistas e motoristas de vans brigaram na rua que dá acesso ao banco Banestes no Centro de Guarapari. A confusão foi flagrada por quem passava no local e um vídeo mostra o momento em que alguns taxistas tentavam retirar um motorista de uma das vans do veículo e logo em seguida começa a pancadaria.
Confira o vídeo com a briga que ocorreu na cidade.
O Portal 27 foi ouvir os taxistas para saber o motivo da briga. O taxista Fernando Barbosa, de 44 anos, faz corrida há 22 anos e explicou que a briga foi causada porque os motoristas das vans estão ocupando os pontos de táxi.
“A vans ao invés de fazer o serviço fechado dela, está trabalhando como táxi. Entra 10 ou 15 vans no ponto de táxi e vai empurrando a fila, bota todo mundo para dentro e leva a corrida. Esse foi o motivo da briga, o cara entrou no ponto gritando táxi e botando para dentro da van dele a R$ 10,00. A pessoa anda a R$ 10,00 na van porque que não paga 10 cada um e vai no táxi? É o mesmo preço. Então fica desleal. É o mesmo que você pescar com uma vara de pescar e o cara pescar com a rede”.
O José Francisco, de 51 anos, é taxista há 20 anos e afirma que as vans circulam com um adesivo dizendo que são legalizadas, sendo que está informação não é verdadeira. “Os taxis que vem de vitória estão rodando à vontade, pegando passageiros na nossa frente. As vans estão rodando na Praia do Morro oferecendo transporte e dizendo que são legais, tanto as vans como os carros de Vitória. Está escrito no para-brisa “Somos Legalizados”. Nós não estamos mais aguentando isso”, desabafou.
José Francisco revelou que a competição entre taxistas, vans e o Uber está dificultando a quitação dos veículos comprados para atender à exigência da licitação realizada na cidade. “A gente paga impostos para a prefeitura anual, fizemos investimentos altos na compra dos carros. Eu por exemplo estou com a prestação atrasada, que não consegui pagar até agora. Tem a prestação da prefeitura de R$ 300,00, são dez vezes de 300. Até o momento eu não consegui esse dinheiro porque na hora da gente ganhar nosso dinheiro eles vêm e invadem nosso município e leva a grana e a gente fica chupando dedo”.
Ele disse ainda que além da concorrência ainda levam multas e são ameaçados. “A cobrança em cima da gente é rigorosa. Se a gente para no acostamento na Pedreira para deixar um passageiro, eles estão multando. Tenho vários colegas meus que já foram multados. A gente não tem opção de trabalho. Estamos sendo ameaçados, teve um colega meu que pegou o carro e achou melhor ir para casa do que ficar competindo com eles porque é 24 horas sendo ameaçado”.
O taxistas Fernando Barbosa também reclamou da concorrência, que considera desleal, e das ameaças. “Eles não pagam nada, a gente paga trezentos todos meses, tem ISS. Eles não têm nada, não pagam nada. São vans de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, táxi de Vitória, Cariacica e eles ainda botam a gente para correr, ameaçam a gente. O cara saí lá da terra dele e vem no ponto de táxi com van para levar todo mundo. E outra ouve uma licitação e a maioria dos que tem van tem táxi também. O cara ganhou um táxi e está com uma van. Tem um cara que está com dois táxis, um em Vila Velha e outro em Vitória, e manda o pessoal com van para cá”.
Ele disse ainda que se a falta de respeito com os taxistas continuar, vão acontecer mais brigas. “Vai continuar tendo briga por causa do abuso. O pessoal está entrando dentro da casa da gente, bagunçando e saindo. Então não vai ter jeito. Se eles entrarem para cá, não vai ter outra solução”.
Ações de Fiscalização. Procuramos a prefeitura para saber que solução será dada para essa situação e a resposta foi que “A Prefeitura tem atuado com fiscais buscando coibir o transporte irregular de vans, táxis de outros municípios e demais serviços não licenciados. Nos fins de semana e na ocasião de shows, o município recebe também o apoio da polícia militar e fiscais do DER.
Os órgãos tem encontrado dificuldade em identificar os veículos Uber, pois todo o serviço é realizado por meio de aplicativo, não havendo identidade visual característica ou pagamentos no local, mas segue buscando dispositivos para auxiliar na fiscalização.”