Após quatro dias de manifestação, os agentes penitenciários do Espírito Santo, entraram em acordo com o governo que aceitou o plano de carreira deles. Uma reunião, que foi feita na noite de ontem (29) na entrada do Presídio de Viana, contou com a partição do Secretário de Justiça, Sérgio Alves Pereira, o Subsecretário de Justiça, o Sindicato dos Agentes e Deputados da comissão de segurando do ES. Segundo informações de fontes internas, os presídios já voltaram a normalidade e os agentes estão trabalhando normalmente. O Governo pediu 30 dias para se adaptar ao plano de carreira dos agentes.

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 Clima de tensão no CDP de Guarapari

Ontem, cerca de 30 agentes penitenciários ficaram de plantão desde cedo na entrada do Complexo de Detenção Provisório (CDP), de Guarapari, proibindo a entrada de novos detentos no presídio. O motivo é o mesmo em todo o sistema penitenciário do estado, a superlotação nas unidades prisionais e as péssimas condições de trabalhos dos agentes. Eles afirmam que tentam conversar com o Governo, desde 2011.

O plano de carreira também já havia sido entregue ao governador que até hoje não tinha dado nenhuma resposta. A greve dos agentes começou desde a meia noite da última segunda-feira (29) e terminou a exatamente às 22 horas de ontem, quinta-feira. A greve foi aderida também nos presídios de Marataízes, Colatina, Viana, Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim.

 A categoria alega que a situação do jeito que está, representa riscos para agentes e detentos.

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Na tarde de ontem (29), a nossa equipe de reportagem foi ao local e pode perceber que o clima era de tensão. Por volta das 14h00 da tarde de hoje, um delegado da patrimonial de Guarapari foi fazer uma vistoria na frente do CDP para saber a real situação da entrada do presídio.

Às 15h40 o presidente do Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Espírito Santo (SINDASPES), Carlo Vilela, recebeu uma ligação avisando que Policiais Civis estavam se preparando junto com um Juiz da Vara de Execução de Guarapari, para entrar no presídio levando os detentos, e que se houvesse repressão por parte dos agentes, eles receberiam voz de prisão na hora. O que não ocorreu. Vilela afirma que selas que cabem 4 detentos, estão com 5, 6 presos. A capacidade do presídio hoje é de 500 internos, hoje ele está com 820 pessoas. O presidente diz que essa manifestação, é uma forma de chamar atenção da população e do governo, para que alguma providência seja tomada.

 “O presídio de Guarapari, por ser terceirizado, deveria ter no mínimo 15 agentes por dia aqui, mas tem uma média de 5 só. Os presos quando vão para o banho de sol, que deveriam ter 40, por questão de segurança, vão até 100 detentos, então se tiver uma fuga em massa, a equipe não terá condições de conter. Vai acontecer uma tragédia com a morte de presos, ou deixar todo mundo fugir. Afirma Carlos Antônio Vilela sobre o número baixo de agentes que trabalham no local.

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O Secretário Estadual de Justiça, Sérgio Alves, informou que o sindicato havia sido notificado da decisão judicial, que determina o retorno imediato de todos os agentes penitenciários de escolta e vigilância para retorno de suas funções de forma integral. A pena para o descumprimento da determinação é de R$100 mil por dia, incluindo cortes salariais.

Em resposta, o sindicato dos agentes penitenciários disse que entende a ordem da Justiça para o retorno ao trabalho de escolta, mas que os agente só vão voltar a receber presos quando houver espaço nos presídios. Segundo o sindicato, o protesto é por tempo indeterminado. Até agora, não se ouve em falar de acordo.

Nosso repórter tentou contato com o Diretor do CDP, mas ele mandou dizer, que não estava autorizado a dar entrevistas e pediu que encaminhasse nossas dúvidas para a assessoria de imprensa da Secretaria do Estado da Justiça (SEJUS-ES). Um email foi encaminhado para a assessoria. A equipe do Portal27 aguarda um posicionamento da secretaria e a confirmação de novas informações.

 

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