O advogado mineiro foi conduzido à delegacia de Guarapari na tarde deste sábado (10), após denúncias de captação irregular de clientes relacionados ao caso da tragédia de Mariana (MG). Eduardo Simões de Almeida, inscrito na OAB de Minas Gerais, montou uma estrutura de atendimento jurídico na quadra de uma escola particular no bairro Itapebussu, reunindo centenas de atingidos pelo desastre e utilizando computadores, impressoras e serviço de cópias para iniciar os atendimentos.

A subseção da OAB em Guarapari foi alertada sobre o evento e acionou as autoridades. A presidente da subseção, Mônica Goulart, foi pessoalmente ao local, acompanhada por membros da Comissão de Prerrogativas e da Polícia Militar. A abordagem resultou na condução do advogado à delegacia após a constatação das denúncias.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram Eduardo utilizando palavras ofensivas e fazendo ameaças à presidente Mônica Goulart. “Quero ver se ela vai ter coragem de chegar no portão… você vai me conhecer de verdade”, declarou o advogado.
A presidente da OAB-ES, Érica Neves, também esteve presente em Guarapari e relatou ter sido ameaçada e quase agredida fisicamente por Eduardo, sendo protegida por policiais que estavam no local. “A OAB-ES não vai permitir esse avilte, tanto contra a advocacia quanto contra o povo. No que tange à classe, não é permitido captar clientes dessa forma, nem atuar no Espírito Santo sem inscrição suplementar em nossa seccional. Regras existem para serem cumpridas”, afirmou.
Érica também lamentou a postura do advogado. “É igualmente lamentável que uma presidente de subseção seja agredida desta forma, assim como eu, representante da classe. Este rapaz demonstra desprezo pela profissão e se sente acima das normas legais. A OAB-ES não tolera esse tipo de comportamento, agiu e seguirá agindo com a firmeza necessária”, completou.
Em nota a OAB-ES declarou:
A OAB-ES atuou hoje, junto da subseção de Guarapari, contra um caso de captação irregular de clientes na cidade envolvendo atingidos pela Tragédia de Mariana. Um advogado, que não possui inscrição na seccional capixaba, foi levado à delegacia por policiais militares.
A presidente da OAB-ES, Érica Neves, e a presidente da subseção, Mônica Goulart, acompanharam o caso in loco. Mônica foi vítima de agressões verbais e ameaças por parte do advogado em questão. A presidente Érica também foi coagida presencialmente.
A OAB-ES informa que não vai tolerar casos de captação irregular de clientes, muito menos se calará diante episódios de violência contra advogados, sobretudo contra mulheres e presidentes no exercício legítimo de suas funções.
A defesa das prerrogativas e cumprimento do Estatuto da Advocacia são inegociáveis para esta Casa da Democracia.