A luta de uma mãe na Justiça para dar cuidados médicos essenciais para a filha especial parecia ter chegado ao fim no começo deste mês, quando finalmente um juiz autorizou que ela recebesse um seguro de vida do pai da menina, hoje com 14 anos.

Mas ao chegar a uma agência do Banco do Brasil para receber o dinheiro, nova decepção. O banco, mesmo em posse da decisão judicial, se recusa a liberar o dinheiro.

“A minha filha tem diversos problemas neurológicos, déficit de aprendizagem e um tumor crescendo no rosto dela, que já comprometeu 80% da visão e audição dela. Do nada, ela começa a sangrar pelo nariz e ouvido e apenas uma das medicações que ela faz uso, custa R$ 200,00 cada frasco e ela usa dois por dia. Se não fosse pela minha família que está me ajudando, ela já tinha morrido”, conta desesperada Eliene Santos de Souza, 34.

O dinheiro a que a menor Isadora tem direito se refere a um seguro de vida do pai, que morreu em um acidente de trabalho há alguns anos atrás, mas o dinheiro só poderia ser sacado quando ela completasse 18 anos. Com o agravamento do estado de saúde dela, a mãe entrou na Justiça para que o dinheiro pudesse ser liberado para a compra de remédios e suporte médico. A decisão saiu no dia três deste mês, mas o banco não liberou o dinheiro.

Isadora, mesmo com decisão judicial, não consegue receber o dinheiro no banco.

“Eles se recusam a cumprir a ordem judicial e não nos dão uma justificativa plausível. Na segunda-feira fomos até a agência e demos um prazo de 24 horas para que o banco pelo menos nos explicasse o motivo da recusa. Hoje retornamos e nada, então não tivemos alternativa e chamamos a polícia, pois eles estão descumprindo uma ordem judicial”, explicou o advogado da família, José Henrique Junior.

O gerente do banco foi para a delegacia, assim como a mãe e o advogado, para fazerem um boletim de ocorrência. Como norma da empresa, o gerente não pode dar nenhuma declaração sobre o caso.

Procuramos a assessoria de comunicação do Banco do Brasil para sabermos os motivos da recusa em liberar o dinheiro. em nota, a assessoria de comunicação respondeu o seguinte:

“O valor devido à cliente será realizado nesta quarta-feira (15), após a abertura da agência. A recusa inicial foi motivada pela ordem judicial ter origem em comarca sem jurisdição no município. Em análise mais sucinta, o departamento jurídico do BB concluiu pela possibilidade de realizar o pagamento, que não foi concluído nesta data em razão de procedimentos operacionais internos”.

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