O novo secretário de educação de Anchieta, Carlos Ricardo Balbino esteve na Câmara Municipal, nesta última quarta-feira, na reunião das comissões. A equipe técnica da secretaria foi convocada para esclarecer a reclassificação de alunos na rede municipal de ensino. Mesmo estando na pasta interinamente há poucos dias, Ricardo compareceu e respondeu aos questionamentos dos vereadores e do público.

Ele começou fazendo uma breve apresentação pessoal, informando atuar na rede de Anchieta desde 2009 efetivando-se em 2012 no município.  Sobre o processo de reclassificação citou a lei de diretrizes base da educação (LDB), alegando que independente da escolarização anterior, o aluno pode avançar.

O novo secretário de educação de Anchieta, Carlos Ricardo Balbino esteve na Câmara Municipal, nesta última quarta-feira, na reunião das comissões.

A prova foi elaborada por professores da rede municipal, o aluno precisava acertar 60 % da avaliação para avançar, os diretores foram responsáveis pelo logística e os professores puderam participar da correção. Para participar da reclassificação, os pais autorizaram.

Dos 240 alunos que fizeram a prova, 38 foram aprovados, sendo que cinco eram do sexto ano, nove do sétimo e vinte e quatro do oitavo ano. Do nono ano, 158 alunos tentaram a reclassificação, 28 tiveram êxito.  

Em sua fala, o vereador professor Robinho começou discordando de todos os números e apresentações feitas pelo secretário. “Sou professor, esse método é para maquiar nosso sistema educacional, faltou revisão na prova”. Outro questionamento foi a não obrigatoriedade de um texto dissertativo ou carta. Como avaliar somente com questões objetivas, o aluno vai chegar ao nono ano sem saber fazer uma carta, criticou Robinho.

O vereador professor Robinho começou discordando de todos os números e apresentações feitas pelo secretário.

O professor também alegou que faltou planejamento, já que a prova foi realizada em abril e não no início do ano letivo. A Reclassificação são questões pontuais, não jogado de goela abaixo pela secretaria, não podemos brincar de fazer educação, precisamos ouvir os professores, discursou Robinho.

Já o vereador Renato Lorencini questionou se o processo passou pelo conselho de educação. Segundo ele, o aluno precisa ser avaliado individualmente, cada um com suas particularidades regionais.  O que me espanta não é a metodologia, mas sim termos 300 crianças em idade avançada, tem aluno reprovando por falta, isso é inadmissível, lamentou Renato afirmando que o conselho tutelar precisa ser acionado.

Da mesa diretora, Beto Caliman perguntou ao secretário como ele avalia a educação em Anchieta, mostrou números e disse que os investimentos estão caindo nos últimos anos, se isso pode prejudicar a qualidade do ensino. “ O município deixou de investir em uniforme e materiais escolares, chegam pessoas em nosso gabinete dizendo que não tem material”, cobrou explicações o parlamentar.

Quando as perguntas foram abertas ao público, a professora Sophia Fonseca Godinho questionou a legalidade da prova. Segundo ela, o regimento municipal fala que a escola pode fazer a classificação, e isso tem acontecido na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ela defende que a reclassificação deve acontecer, mas não por determinação da secretaria e sim por entendimento e percepção da escola.

Renato Lorencini ficou preocupado com números

Outro questionamento foi a apresentação ao conselho municipal de educação, segundo a professora, o primeiro documento foi aceito, porém os outros dois encaminhados depois não foram analisados, pois a professora não o reconhece como documentos oficiais.

Também presente na reunião, o professor Carlos Roberto Rodrigues da Costa afirmou que a educação é pautada a longo prazo, enalteceu que o saudoso prefeito Edival Petri valorizou o profissional e por isso os índices foram melhorando com os anos. O educador sugeriu ao secretário conversas por aérea de atuação, para um melhor acolhimento ao professor.

Concluindo a reunião, o vereador Richard Costa recomendou ao secretário Ricardo, uma boa comunicação com os professores. “ O secretário não deve baixar o nível, mas não pode pôr um tampão e não ouvir os vereadores, ouça o conselho para a educação ter sucesso”, aconselhou. Sobre a reclassificação, Richard disse que não dá para fazer um ato com um X, é preciso ter um texto, concluiu.