Em uma casa humilde, com poucos móveis e sendo sustentado pelos vizinhos na região do Bico do Urubu, no Lameirão. Assim vive o senhor Othelo Medeiros Santos Netto, mais conhecido como “Santos”, de 61 anos, que há dois meses sofre com problemas nas pernas causados pelo diabetes alto.

Seu Santos vive em uma casa humilde no Beco do Urubu, no Lameirão. Doente e sem poder trabalhar, depende da caridade de um casal de vizinhos.

O idoso relatou que trabalhou como motorista de ônibus e de caminhão e também como vigia em um quarteirão da Praia do Morro durante 7 anos, mas não tinha carteira assinada e por isso, não é aposentado. “Não tenho aposentadoria, não trabalho porque estou doente e não tenho de onde tirar dinheiro para me sustentar”, lamentou o idoso.

Seu Santos contou ainda que foi acusado de apresentar documentos falsos ao tentar fazer um empréstimo bancário e ficou preso durante 4 anos, mas garante ser inocente. “Tive problema na justiça e fiquei preso quatro anos, mas graças a Deus ninguém provou nada”.

Ele foi solto no dia 28 de dezembro e chegou a trabalhar fazendo “bicos”, mas pouco depois ficou doente. “Começou a aparecer uns machucados na perna esquerda e dois dias depois passou para a direita e ela ficou muito inchada. Comecei a ir aos médicos e um falava que era circulação, outro falava que era o diabetes. No dedão do pé direito tem um buraco e eu nem sentia nada, agora graças a Deus estou sentindo a sensibilidade nele de novo”, relatou seu Santos.

O diabetes causou uma ferida no pé direito e o idoso precisa ir ao Centro de especialidades pelo menos três vezes na semana para trocar o curativo.

Segundo o idoso, a doença vem sendo tratada na unidade de saúde do Kubitschek e no Centro de Especialidades,em Muquiçaba. Mas por pouco ele não perdeu as pernas. “Eu ia na UPA todos os dias para tomar benzetacil e insulina e de repente eles quiseram cortar minhas pernas, mas não aceitei”.

Por conta da ferida no pé ele precisa ir ao Centro de Especialidades pelo menos três vezes na semana para trocar o curativo, mas enfrenta muitas dificuldades com o transporte. “Meus vizinhos tentam me ajudam a conseguir um carro para ir fazer os curativos e quando dá eu pago alguém para me levar porque minha mãe mora no Rio e é aposentada então ela me ajuda um pouquinho. Mas é na medida do possível porque ela tem artrose e está com o braço quebrado porque caiu esses dias.  Então quando tem uma ajuda vou através da ajuda, quando não tem a gente vai a pé até o asfalto para pegar o ônibus”.

Os vizinhos mencionados por seu Santos são o casal Alda Nogueira Bahiense, de 63 anos, e Elísio Bahiense, de 69 anos. Apesar de morarem ao lado do idoso a apenas dois meses, eles são as únicas pessoas com quem ele pode contar porquê ele não tem mais contato com o casal de filhos e a esposa. “Quando meu filho foi preso eu peguei a guarda das crianças dele. Mas isso causou um desentendimento na família e quando fui preso minha esposa foi morar com minha filha no Recife. Eu e minha esposa éramos muito unidos, fomos casados 28 anos e nunca nos separamos”.

Mesmo morando ao lado de seu Santos há apenas dois meses o casal se solidarizou com a situação dele e todos os dias lhe dão as refeições.

“Nós vimos a situação dele e decidimos ajudar.  Se a gente tivesse deixado, ele já teria morrido. Sou da igreja Batista e faço o que posso e o que Deus manda que é fazer o bem sem ver a quem. Então a gente dá uma comidinha, protege o pé dele para ir tomar banho e ajuda a arrumar o carro para ele fazer o curativo. As igrejas Batista e Católica já estiveram aqui trazendo doações e orando por ele e graças a Deus depois das orações ele melhorou”, relatou Alda.

Seu Santos pediu a ajuda de um advogado para que possa dar entrada no processo de aposentadoria por invalidez. “Meu problema maior é que não sou aposentado e não tenho de onde tirar nada. Me disseram que eu tenho esse direito porque não posso trabalhar então eu preciso de uma ajuda para não ficar dependendo dos meus vizinhos”.

Ele também precisa da doação de alimentos. “Também preciso de ajuda na alimentação porque por enquanto estou vivendo nas costas dos meus vizinhos. Mas não posso ficar assim porque só ele é aposentado. Mesmo assim todos os dias na hora do almoço e da janta eles vem trazer comida para mim, quando preciso de um remédio eles também vão buscar. São eles que estão fazendo tudo por mim. Mas não acho direito isso”.

O Portal 27 procurou a prefeitura para saber porque a Secretaria de Saúde não disponibiliza o transporte para o idoso e foi informado que “uma vez que o senhor Othelo Medeiros Santos Netto não é acamado, se faz necessário o prévio agendamento por parte do paciente. Cabe salientar que o paciente foi atendido com o transporte em todas as ocasiões que o paciente comunicou a necessidade ao setor de transporte da Secretaria Municipal de Saúde, não havendo omissão no atendimento.

A Secretaria Municipal de Saúde entrou em contato com o paciente na manhã desta sexta-feira, 09, para realizar o cadastro do paciente no sistema de transporte e então o agendamento para os dias necessários”.

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