A noite de ontem foi marcada pela terceira e última audiência pública de análise e estudo do Novo PDM, na Câmara Municipal de Guarapari. Quase 100 moradores da zona rural e da área urbana estiveram presentes para acompanhar os debates em torno do novo Plano Diretor Municipal que após ser aprovado, valerá por 10 anos.

IMG-20160712-WA0014.jpgEm uma apresentação feita pelo analista do IEMA Flávio Guerra, ele esclarece que todos os projetos relacionados à Área de Preservação Ambiental de Setiba teve participação do IEMA, assim como outros projetos presentes no PDM. Sobre Infraestrutura de abastecimento de água vinculada à coleta de esgoto, o analista enfatizou que, “é difícil acreditar, mas no ano de 2016, século XXI, o saneamento básico na cidade e no Brasil é como o abastecimento de água da Europa no século XV”.

Para melhoria da infraestrutura da cidade, o analista citou como exemplo, a ponte do município, onde há uma grande interferência dos fios na paisagem. “Em cidades turísticas, a paisagem é importante. Então a gente precisa retirar essas intervenções aéreas, para que elas passem a ser subterrâneas, e assim, os fios de energia não atrapalharão a paisagem”, disse Flávio Guerra.

IMG-20160712-WA0013.jpgIlhas urbanas. O assunto mais debatido pelos moradores do interior é a inserção de ilhas urbanas nas zonas rurais. “Nós não podemos aceitar esse PDM como está. Antes mesmo de se criar zonas urbanas na área rural já temos o problema de construtores que represam a água que desce das nascentes e a gente acaba ficando sem água”, disse o morador de Cachoeirinha, Jô Subtil.

O morador disse ainda que, “denominamos essa ideia como uma aberração geográfica. Se as ilhas urbanas forem aprovadas para serem inseridas na zona rural, o município estará expulsando os agricultores rurais da comunidade para implantar os loteamentos, condomínios e grandes investimentos.

Água. O morador de Cachoeirinha garante que a comunidade envia para o município 95m³ de água por segundo, o que representa 70% do abastecimento da cidade na baixa temporada. “Para inserir essas ilhas urbanas, a prefeitura precisa preparar a zona rural, porque dessa maneira, além de prejudicar a zona rural, vai prejudicar também a área urbana com o abastecimento de água”.

E comentou ainda que 70% dos alimentos fresquinhos que vão para a mesa do morador de Guarapari é produzido no nosso interior pela agricultura familiar. Com essa ideia, os agricultores poderão perder os incentivos e os munícipes vão pagar um preço mais alto.

Enseada-Azul-Peracanga-005-Foto-Sagrilo1Enseada Azul. Um dos membros da Associação de Moradores da Enseada Azul (Ameazul) protocolou dois pedidos na Câmara. “O nosso pedido era de que a altura dos prédios fosse de uma única medida desde a primeira quadra até a Rodovia do Sol. O pedido era de uma altura máxima de 27,5m em toda a extensão da Enseada Azul, mas o PDM colocou a partir da segunda quadra de 34m de altura, o que pode prejudicar a nossa região”, disse Gilvan Cabreira.

E outra reclamação é em relação ao tamanho do terreno. “Deu se um tratamento para os terrenos da Praia de Guaibura de 600m², e deu se para a Enseada Azul 360m². E isso não pode acontecer, pois o empresário poderá construir um prédio de até sete andares e nós não temos infraestrutura para atender a demanda. Nós não temos saneamento básico ainda, porque a obra está parada, e nosso abastecimento de água não é um dos melhores”, conclui Gilvan.

Chefe do Legislativo. Durante a audiência, o presidente ressaltou que, “a Câmara municipal ainda não votou o PDM. Nós estamos analisando esse Plano, e estamos estudando a possibilidade da retirada da ideia de inserir na zona rural, ilhas urbanas, já que pra gente, isso também é um absurdo e espero que a emenda seja aprovada pelos vereadores. Os demais projetos que estão sendo questionados e as reclamações protocoladas, ainda serão analisadas para ser apresentadas em Emendas ou não”, disse Wanderlei Astori.

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