Hoje é o Dia Mundial do Câncer, uma das doenças mais temidas no mundo. Quanto mais cedo ele for diagnosticado, maiores são as chances de cura. Em Guarapari, o Samuel, um menino de oito anos, e a família dele não esperavam que umas dores que o menino sentia seriam mais tarde diagnosticadas como um tipo de câncer. A mãe dele, Ana Paula Moraes Siqueira, compartilha o caso de Samuel para que outras famílias fiquem atentas a sintomas apresentados pelas crianças enquanto ainda é cedo.
Tudo começou em março de 2015, quando Samuel reclamava de fortes dores musculares na região do pescoço. Preocupada, Ana Paula levou o filho em vários médicos, na tentativa de descobrir do que se tratava. A criança foi medicada e as dores pararam, mas com o tempo reapareceram em outras partes do corpo, até alcançarem a perna do menino.
Os médicos desconfiaram até mesmo de um problema no fêmur, mas foi somente em maio que saiu o diagnóstico: tratava-se de um neuroblastoma, um tipo de câncer mais comum entre crianças até os cinco anos de idade.
Samuel começou a fazer quimioterapia logo em seguida. O tratamento ainda não acabou, mas o menino segue lutando. De acordo com Ana Paula, o tumor encontra-se entre os rins e o fígado do filho, que ainda poderá passar por cirurgia e talvez até um autotransplante de medula óssea.
“Ele é uma criança tranquila, mas tem noção da dimensão do problema pelo qual está passando. Ele é muito forte, guerreiro. É ele que não me deixa cair”, afirma a dona de casa. Ela também conta com o apoio da família, que está sempre por perto.
Ana Paula compartilha o caso do filho para que as pessoas fiquem atentas: “Eu queria alertar outras famílias a prestarem atenção em qualquer incômodo que os filhos sintam e insistir no diagnóstico, pois o câncer pega a gente de surpresa”.
Sintomas
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é importante que os pais fiquem alertas para o fato de que a criança não inventa sintomas. Ao sinal de alguma anormalidade, é preciso levar os filhos ao pediatra para avaliação. Na maioria das vezes, os sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância, mas isto não deve ser motivo para descartar a visita ao médico.
A manifestação clínica dos tumores infanto-juvenis pode não diferir muito de doenças benignas (sem maior gravidade) comuns nessa faixa etária. Muitas vezes, a criança ou o jovem está em razoáveis condições de saúde no início da doença. Por esse motivo, o conhecimento do médico sobre a possibilidade da doença é fundamental.
Conheça algumas formas de apresentação dos tumores da infância:
- Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna mais sujeita a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas.
- No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, através de fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) ou estrabismo (olhar vesgo). Geralmente, acomete crianças antes dos 3 anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido.
- Aumento do volume ou surgimento de massa no abdômen pode ser sintoma de tumor de Wilms (que afeta os rins) ou neuroblastoma.
- Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, visível ou não, e causar dor nos membros. Esse sintoma é frequente, por exemplo, no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes.
- Tumor de sistema nervoso central tem como sintomas dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.