A restauração do Radium Hotel começa ainda este mês. Iniciada a construção em 1947 para abrigar uma Escola Naval, por isso possui um formato de âncora, sobretudo somente em 1953 é inaugurado e passa a funcionar como Hotel e Cassino, recebendo várias celebridades artísticas e políticas.

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Mas a trajetória de sucesso começou a mudar em 1964. A proibição de jogos no Brasil levou o hotel à decadência.  A estrutura chegou a abrigar a Empresa Capixaba de Turismo (Emcatur), que o administrou de 1967 até 1980. Entretanto, a tentativa de reviver um marco da vida comercial e econômica da época foi totalmente fracassada. A única herança deixada pela empresa foi dívidas trabalhistas.

Em 1998, foi tombado como patrimônio histórico-cultural pelo Conselho Estadual da Cultura. Mesmo assim, chegou a ser penhorado como garantia de pagamento pela Justiça do Trabalho. Em 2004, todas as dívidas foram assumidas pelo Governo do Estado e este, assume o hotel.

No ano seguinte, o patrimônio chegou a ter um projeto de revitalização, mas nada foi concretizado. No entanto, eis que surge um grupo disposto a recuperar e lutar pelo Radium Hotel, a Associação dos Moradores do Centro (Amocentro), comandada por Alberto Crespo e Themistocles Sant Ana, conhecido por Neto, que prosseguem com o objetivo de aproveitar a estrutura com finalidade histórico-cultural.

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Em 2009, em parceria com o governo do estado, através da Secretaria Estadual de cultura (Secult), a Prefeitura de Guarapari através da Secretaria de Esporte, Cultura e Turismo (Sectur), a Amocentro, e a Apromag, Associação de Produtores Manuais e Artesanais em Guarapari começam um desenvolvimento para a recuperação do hotel.

Alberto Crespo e Neto, no ano de 2010, realizaram reparos internos e até drenagem com verbas da Amocentro. Ambos disponibilizaram o seu tempo para realizar os trabalhos. Antes, fizeram o pedido à prefeitura para o usufruto do local. “Quando pedimos autorização para usar, pedimos a ajuda da prefeitura para a limpeza. Foi retirado seis caçambas de lixo”, conta Alberto.

Foi utilizado o térreo do hotel como parte da Feinartg e também feito a exposição de fotografias no primeiro andar. Já no ano de 2012, o segundo salão ganha reforma pelas mesmas mãos.

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Alberto conta que havia muitas carteiras escolares jogadas no canto, ele as pegou e transformou em mesas, que atualmente continuam sendo usadas no salão. Alberto Viana Crespo mora em Guarapari desde 1985 e é apaixonado pela cidade. Ele está à frente da Amocentro junto com Neto desde sua fundação, há 13 anos.

No ano de 2013, a obra de reparo será realizada pela Secretaria de Cultura do Estado. O Radium Hotel possui um terreno de 8.900 m². Deste total, 2.400 m² são de área construída. Oitenta e seis dependências, dois salões, recepção e cozinha comportam a estrutura.

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Neto conta como ficará o Radium Hotel depois das obras. Parte do salão vai ser um auditório para 150 pessoas, a parte central vai ser usada pela companhia militar, onde será organizado um espaço para a PM, que em breve vai mudar o batalhão para Perocão e no centro da cidade, terá uma companhia.

A outra parte do primeiro andar vai continuar sendo um centro de convivência social. No segundo andar, haverá de 48 a 50 boxes destinados aos artesões, uma vez que aquele espaço usado por eles, próximo ao hotel será extinto. Ao terceiro andar será a Secretaria de Turismo e Cultura, além de algumas salas para oficinas, a exemplo de danças, pinturas, petwork.

Futuramente será reconstruída a parte externa do Radium Hotel, onde haverá jardim, duas quadras para a prática de esportes, uma cancha de jogar bocha e uma área cimentada para pequenas apresentações.

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