Cidade com liderança no desemprego no Estado neste ano e com média de 17 de ocorrências de roubos e furtos no auge do verão em 2019, Guarapari recebeu audiência pública, nesta quarta-feira (6), na Câmara Municipal, da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Delegado Danilo Bahiense (PSL). E os moradores cobraram mais participação do município para combater os crimes na Cidade Saúde e reclamaram do efetivo das polícias.

Estiveram presentes o deputado estadual proponente da audiência, o anfitrião maratimba Carlos Von e o deputado estadual Hudson Leal, além de autoridades das Polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, vereadores e lideranças locais.

Guarapari recebeu audiência pública, nesta quarta-feira (6), na Câmara Municipal, da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa,

Bahiense iniciou discurso da audiência relatando que a PM tem cerca de 220 homens e mulheres, dos 328 previstos, para patrulhar todas as áreas da cidade e que o município precisa de segurança forte o ano inteiro. E enfatizou a participação da gestão local, seja no executivo ou legislativo, na segurança.

“Os municípios podem e muito contribuir. Assinamos recentemente um protocolo de intenções, com 25 itens, com a Associação das Câmaras Municipais do Espírito Santo, que fala sobre essa participação. E aqui, em Guarapari, já sabemos que não há um Gabinete de Gestão Integrada na Segurança e nem ainda uma Guarda Municipal qualificada. Mas há também outros pontos que podem evitar a violência, como organizar a educação e o ambiente. Melhorias na iluminação e na limpeza de terrenos baldios já são atividades que podem ser propostas e cobradas”, disse Bahiense, que convidou o presidente da Câmara de Guarapari, Enis Gordin, a aderir a este protocolo.

Anfitrião do evento, Von fez coro ao discurso de Bahiense e pediu mais investimentos na educação, além de concordar com outros pedidos do presidente da Comissão de Segurança da Assembleia, como a implantação do cerco eletrônico na cidade e a formação de uma Guarda Municipal, já que Guarapari recebe 1 milhão de pessoas ao longo do verão.

Os moradores cobraram mais participação do município para combater os crimes na Cidade Saúde e reclamaram do efetivo das polícias.

Representante da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ES), a advogada Lilian Lúcia Santos pediu com urgência para que a Assembleia possa intervir na criação de um Gabinete de Gestão Integrada em Guarapari e que haja a criação de um plano municipal para a área, conforme pede o Sistema Único de Segurança Pública, do governo federal, para que a Cidade Saúde não perca possíveis verbas da União para investimentos no combate ao crime.

Presídio lotado e pedidos de melhorias

A cidade convive com o Centro de Detenção Provisória de Guarapari superlotado. A unidade tem capacidade para abrigar 580 internos, porém está com 1.087, um excesso de 87% do seu público. Também representante da seccional capixaba da OAB/ES, o advogado Fábio Marçal pediu que as viaturas da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) tenham acesso ao rádio do Ciodes.

Morador de Guarapari e policial militar, Felipe Rosa recomendou à comissão que busque solicitar uma melhor comunicação em rádio, para que a cobertura chegue a toda zona rural do município. Rosa elencou que há áreas que ficam sem contato, o que prejudica o atendimento à população, e também, a segurança do militar.

O presidente da Câmara de Vereadores de Guarapari, Enis Gordin, ressaltou a importância do diálogo e que realizará uma nova audiência pública para discutir a segurança no município.

Registro de crimes

Moradores dos bairros de Setiba e Jardim Guarapari reclamaram de diversos crimes contra o patrimônio, como furtos e roubos, e pediram ações enérgicas das polícias na repressão e na investigação dos delitos.

O comandante do 10º Batalhão, tenente-coronel Cleverson Mancini Lyra, explicou que o policiamento fica mais concentrado em áreas como Praia do Morro, Muquiçaba e outras por causa dos registros de crimes contabilizados e que as vítimas precisam fazer a comunicação dos delitos formalmente, para que a polícia possa aprimorar seu patrulhamento.

Já o titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari, delegado Guilherme Eugênio, se colocou à disposição da população e pediu que as vítimas comparecessem à delegacia.

Danilo Bahiense considerou a reunião muito produtiva e um relatório será produzido para ser apresentado aos demais deputados da Comissão de Segurança. “Ouvimos demandas que são recorrentes, como o pedido de mais efetivo nas polícias e a adoção de inovações tecnológicas na prevenção e na investigação. Também vimos que a cidade pode contribuir com a criação do Gabinete de Gestão Integrada, que é fundamental, e também da Guarda Municipal. Somando os esforços, é possível criar um panorama para a Cidade Saúde ficar mais segura”.