Em Busca de Justiça: mãe de Gabriela Rangel clama por respostas após morte da Filha

Uma mãe em busca de respostas. Essa é a situação de Ana Paula Rangel, mãe de Gabriela Rangel de Barros, que era uma menina alegre e feliz, que “irradiava alegria”, segundo a própria mãe. Gabriela morreu após cair do prédio do namorado, localizado na Praia do Morro, em Guarapari, no último dia 28 de abril.

Ana Paula conta que estava em uma festa com a filha, onde também estava o namorado de Gabriela, identificado como Daniel. O casal saiu para ir embora e, cerca de uma hora depois, quando Ana Paula já estava em casa, recebeu um telefonema do número da mãe do namorado da filha. Uma vizinha informou que Gabriela tinha sofrido um acidente. “Eu imaginei que fosse um acidente de carro ou algo assim, e me disseram que ela tinha caído da janela do quinto andar”, disse Ana Paula.

“Ela está morta”. Em choque, Ana Paula perguntou pela mãe do namorado, mas a vizinha já tinha desligado. Ao retornar a ligação, a mãe do namorado atendeu. Ana Paula perguntou pela filha: “Como ela está?”. A mãe do namorado respondeu: “Ela está morta. A Gabriela está morta”.

Gabriela morreu após cair do prédio do namorado, localizado na Praia do Morro, em Guarapari.

Desesperada, Ana Paula foi para o local do acidente. “Eu fui com uma amiga e, quando cheguei junto com o SAMU, vi que Gabriela estava sozinha na calçada. Eu sem entender o que tinha acontecido”, explica.

“Ela caiu”. Estavam próximos do corpo de Gabriela a mãe, o irmão e Daniel. “Eu perguntei o que tinha acontecido e eles disseram ‘ela caiu’. Então, perguntei ‘mas caiu como?’. A mãe diz que até hoje quer saber o que aconteceu.

Se jogou. Segundo Ana Paula, em seu relato à polícia, Daniel afirmou que Gabriela se jogou após dizer que não “fazia nada certo”. Ana não acredita em suicídio ou que a filha tenha se jogado da janela. “Eu fiquei sem respostas, a polícia não fala nada e eu estou tentando entender até agora”, disse.

Nunca foi depressiva. Ela afirma que a polícia não segue mais a linha de suicídio, mas de que Gabriela teria caído. Ainda segundo as informações da polícia, Gabriela tomava remédio e fazia tratamento. “Gabriela nunca tomou remédio, nunca foi depressiva, ela era uma menina alegre e feliz. Fazia faculdade de fisioterapia e fazia curso de extensão de cílios, pois também gostava de estética. Então, não faz sentido”, disse Ana.

“Gabriela nunca tomou remédio, nunca foi depressiva, ela era uma menina alegre e feliz.”

Brigas. Ana Paula também relatou que o namorado foi ouvido como testemunha pela polícia. A mãe do rapaz disse que estava dentro do quarto e não ouviu nada. Mas, segundo Ana Paula, vizinhos ouviram brigas. “Muitas pessoas ouviram discussões dentro do quarto. Como que havia discussão dentro do quarto, briga, e a mãe não ouviu? Como que o irmão não foi? Onde está a omissão? O que de fato aconteceu? E a polícia não me responde”, desabafa Ana Paula.

“Eu quero uma resposta”. De acordo com a mãe de Gabriela, o exame do corpo realizado pela polícia ainda não foi concluído. Ela disse que por muitas vezes mandou áudios para o namorado da filha, tentando saber o que aconteceu. “E eles não me respondem nada”, disse. “Minha filha caiu de costas, estava deitada no chão como se estivesse dormindo. Qualquer pessoa ali, não precisa ser perito para entender, que ela não se jogou, que ela não fez isso porque quis. Então, eu quero uma resposta. Tem muita coisa que está errada”, explicou.

“São vários porquês”. Ana Paula também disse que fizeram corpo de delito no namorado fora do estado, e que a família deixou Guarapari na mesma semana da morte de Gabriela, indo para o estado do Rio de Janeiro. Ela relatou que foi à delegacia e fez vários questionamentos sobre fatos que considera estranhos, como o namorado ter trocado de camisa no dia da morte de Gabriela, enquanto a filha estava com a mesma roupa. “Não deu tempo para tudo isso. Por que não fizeram a perícia na camisa dele? Por que não fizeram a perícia no momento? Então são vários porquês que eu não estou conseguindo nenhuma resposta”, diz Ana Paula.

“Então, eu quero uma resposta. Tem muita coisa que está errada”

Ainda de acordo com Ana, algumas testemunhas não foram levadas em consideração pela polícia, além de pessoas que fizeram denúncias anônimas. “Por que ele está fora do estado desde o acontecido? Quem não deve não teme. Por que ele está sendo protegido? Não faz sentido. Por que só a versão dele está sendo levada em consideração? Minha filha nunca tomou remédio, nunca foi uma pessoa depressiva. Ela nunca pensou diferente de viver. A alegria dela irradiava. Todos os amigos dela estão revoltados por isso. Porque ela era vida, muita vida, era minha parceira, minha única filha. A gente se dava super bem”, disse Ana Paula.

Três meses. Ana Paula ressalta a duração da investigação, pois em 28 de julho completarão três meses desde a morte de sua filha, e até agora o laudo ainda não foi concluído pela polícia civil. Ela também questiona o posicionamento da família de Daniel, pois Gabriela não estava sozinha no apartamento; além de Daniel, estavam presentes sua mãe e seu irmão. “Eu só quero saber a resposta. O que a polícia tem a me dizer? O que a justiça tem a me dizer?”.

Ana Paula ressalta a duração da investigação, pois em 28 de julho completarão três meses desde a morte de sua filha

Respostas. O portal 27 procurou a polícia civil para que ela se manifestasse sobre o caso e sobre as investigações e a resposta foi a seguinte:

“A Polícia Civil informa que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari. A PCES ressalta que todas as diligências possíveis inerentes ao caso foram realizadas. Destacamos que os policiais estão trabalhando com afinco, todos os dias, com objetivo de prestar o melhor serviço aos parentes das vítimas, não só desse caso, mas de todos que possuem inquérito em aberto na delegacia.

A DHPP de Guarapari aguarda a finalização do laudo cadavérico para concluir o inquérito policial e relatá-lo ao Ministério Público Estadual (MPES). Para que a apuração seja preservada, nenhuma informação será repassada.”

Daniel. O Portal 27 também tentou entrar em contato com Daniel por meio de duas linhas telefônicas e enviou uma mensagem solicitando seu posicionamento sobre a morte da namorada. Ele se manifestou através de uma uma nota enviado por seu advogado. Segue abaixo. 

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Wilcler Carvalho

Wilcler Carvalho Lopes formou-se em jornalismo pela Faesa em 2002. É pós-graduado em Letras: Português e Literatura pela FIJ em 2007. Trabalhou em jornais, rádios, TVs e assessorias de imprensa em órgãos públicos. É editor-chefe do Portal 27 e servidor público efetivo do setor de comunicação da prefeitura de Piúma desde 2012.

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