Na manhã da última segunda-feira (21), um incidente chamou a atenção no Centro de Guarapari. O veículo de um comerciante, cuja loja está situada na Avenida Joaquim da Silva Lima, foi guinchado devido à falta de pagamento do estacionamento rotativo.
O comerciante André Lessa Mesquita, dono de uma floricultura e morador da avenida Joaquim da Silva Lima, teve o carro guinchado após levar cerca de 100 multas do estacionamento rotativo no centro da cidade. A multas totalizaram cerca de R$ 13 mil reais.
Isenção. André revela ter um recibo de isenção por não possuir garagem onde possa deixar o veículo. “Tenho a isenção dada por eles, com o carimbo da prefeitura, isentando o pagamento por ser morador, mas não adiantou de nada”, conta ele.

“Desde a implantação do rotativo eu estou sendo afetado. É o único veículo que tenho para trabalhar, com ele que faço tudo na floricultura”, desabafa o comerciante.
Menos clientes. Segundo ele, desde o início do estacionamento rotativo, o fluxo de clientes vem diminuindo. “A avenida Joaquim da Silva Lima vem tendo uma decadência no número de vendas. O último verão já foi ruim devido ao rotativo, os turistas foram embora. E nesse próximo verão, quem ia vir não virá mais, devido à essa cobrança do rotativo”, lamentou.
Desdobramentos. O comerciante entrou com um pedido de liminar para a retirada do veículo do pátio, mas revela que a solicitação foi negada na tarde desta quinta-feira. “Não consegui retirar o veículo. O juiz entendeu que a empresa do rotativo está correta e estou errado”, relata ele. André conta ainda que entrou com uma ação judicial que tramitará nos próximos meses.

Indústria de multas. O ocorrido desta semana reforça as discussões sobre o tema. Nos últimos meses, a cidade tem sido palco de crescentes alegações de irregularidades na gestão do trânsito e do estacionamento rotativo, levando a questionamentos sobre a existência de uma suposta “indústria das multas” na cidade.
Prefeitura. No último dia 8, a prefeitura de Guarapari realizou uma coletiva de imprensa, na qual o Secretário Municipal de Postura e Trânsito, Luiz Carlos Cardozo Filho, falou sobre o tema. O secretário afirmou que a fiscalização é um choque de realidade e que seria normal em várias cidades pelo Brasil. “É trabalho é a fiscalização que deve ser feita, deveria sempre ser feita assim”, declarou.
*Por Maria Leandra Aroeira