Mulher tem pescoço cortado por linha de pipa com cerol em Guarapari

 

 

Nas férias soltar pipa faz parte da diversão da garotada, mas por volta das nove e meia da noite desta segunda-feira (17) essa brincadeira quase causou uma tragédia. A auxiliar administrativa Adelane Resena Silva, de 20 anos, teve o pescoço cortado por uma linha de pipa com cerol na Avenida F, em Muquiçaba.

Segundo o pai de Adelane, Genilson Rodrigues Silva, ela estava voltando do ensaio de uma coreografia da igreja quando foi atingida pela linha. “Creio que alguma pipa foi cortada durante a tarde e essa linha ficou agarrada em uma árvore e um carro. Nisso que ela saiu da igreja em uma velocidade mínima, porque não é de correr, se deparou com essa linha e ficou ferida”.

O pai da jovem contou o que sua filha relatou do acidente. “Ela falou que quando seguia com a moto sentiu uma fisgada no pescoço e quando olhou para baixo estava um monte de sangue jorrando do pescoço dela. Então ela parou a moto e até a deixou cair. Nessa hora começou a perder muito sangue e umas amigas da igreja chamaram o socorro”.

Adelane foi socorrida pela Corpo de Bombeiros até a UPA e de lá foi transferida para o hospital Estadual Antônio Bezerra de Farias, em Vila Velha, onde passou por uma cirurgia. “Ela entrou em cirurgia por volta de uma da manhã. A operação durou uma hora e meia e ela levou vários pontos. Mas graças a Deus hoje ao meio dia minha filha teve alta”.

“Foi um corte profundo no pescoço e um milagre muito grande de Deus, que não deixou algo pior acontecer com minha filha porque segundo os médicos, pelo corte que houve não era para ela estar viva hoje. Mas Deus é muito bom e deu minha filha de volta”, contou o pai emocionado.

Genilson também lembrou que o uso do cerol mata muita gente. “Pela falta de responsabilidade de pais que deixam seus filhos soltar pipa com uma linha que contém cerol já vi gente perder amigos ou famílias perderem seus filhos. Me sinto muito triste e revoltado com essa situação”.

Ele disse ainda que após o acidente com sua filha, decidiu tomar uma medida de precaução para também não se tornar uma vítima. “Sou motoboy há 12 anos e hoje mesmo já providenciei aquelas antenas para colocar na minha moto porque trabalho de sete da manhã às cinco da tarde em cima de uma moto e isso serviu de experiência para mim”.

O pai também cobrou mais atitudes das autoridades para evitarem acidentes como o de sua filha. “Não quero que filho de ninguém passe por isso que passamos e espero que as autoridades da nossa cidade tomem providências com esses indivíduos que ficam soltando pipa com cerol”.

Lei. No Espírito Santo a fabricação e comercialização de cerol é proibida pela Lei 8.092. O estabelecimento comercial que for flagrado fabricando ou vendendo cerol na primeira vez é advertido e tem o produto apreendido. Se reincidir, a empresa recebe multa de mil Valores de Referência do Tesouro Estadual, que atualmente seria de R$ 3.186,50, e o material é  apreendido. Caso seja pego pela terceira fez cometendo o crime, o local recebe multa em dobro, aplicada por dia de descumprimento ao comando normativo, e ainda tem a suspensão do Alvará de Funcionamento.