O medo do desemprego vem crescendo cada vez mais no país. Depois da tragédia em Mariana (MG), ocorrida no dia 05 de novembro, a Samarco paralisou suas atividades, o que preocupa os funcionários da própria empresa e também os das terceirizadas. O Portal 27 divulgou recentemente que aproximadamente 200 trabalhadores da VIX Logística foram demitidos, enquanto cerca de 140 funcionários da Vetor, uma empreiteira que presta serviço para a Samarco, estavam tendo problemas para receberem após assinarem a rescisão.

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Max Célio disse que a Samarco não deve renovar os contratos das terceirizadas.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal-ES) e o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer) estão estimando que aproximadamente 800 trabalhadores das empreiteiras e terceirizadas da Samarco em Ubu devem ser demitidos este ano.

Max Célio de Carvalho, secretário de Formação Sindical e Assuntos Sócio-Econômicos e Culturais do Sindimetal-ES, disse que ficou evidenciado em reuniões com a Samarco e o Sindifer que a mineradora não irá renovar os contratos, o que fará com que as empresas demitam os empregados. “Nós tentamos fazer um acordo de layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho), mas nem o Sindifer e nem a Samarco se mostraram dispostos”, explicou.

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O Sindifer se posicionou a favor da retomada das atividades da Samarco.

O advogado do Sindifer, Odair Nossa Sant’Ana, falou sobre o empenho do sindicato em ajudar a Samarco na retomada das atividades: “O Sindifer tem tentado, de alguma forma, ajudar para que isso aconteça. O presidente do sindicato, Manoel Pimenta, esteve em Brasília ontem e está retornando hoje. Ele foi lá pedir ajuda ao governo federal para que tente ajudar a Samarco nesse retorno das atividades dela. Só assim é que os empregados das empreiteiras e até os funcionários mesmo da empresa podem voltar a trabalhar e não correr o risco de perder o emprego”.

O Sindimetal-ES também se posicionou a favor da retomada das atividades da Samarco. “Somos a favor da volta das operações. A gente sabe que se não voltar a operar, vamos estar agravando ainda mais as consequências do acidente. Além das consequências sociais e ambientais – esta de proporções imensuráveis –, essas demissões vão potencializar as consequências do acidente. Esse nosso posicionamento a favor da volta das operações não significa não dar importância as investigações que estão sendo feitas. Achamos que é viável as investigações continuarem e os responsáveis serem penalizados com a empresa operando”, afirmou Max Célio.

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A Samarco afirma ter feito grandes esforços para manter sua força de trabalho. Foto: João Thomazelli/Portal 27

Em nota, a mineradora esclareceu que: “A Samarco tem feito grandes esforços para manter sua força de trabalho e tem honrado todos os compromissos assumidos com os órgãos públicos em relação à isso. Em janeiro de 2016, um acordo de suspensão temporária do contrato de trabalho foi aprovado em votação junto aos empregados da empresa. A medida visa a manutenção dos empregos, ao mesmo tempo em que garante aos empregados ajuda compensatória e os benefícios previstos em acordo coletivo. A suspensão vale até o dia 25 de abril de 2016 e, conforme previsto na legislação, um novo acordo pode ser proposto com duração de dois a cinco meses.

Em relação às empresas terceirizadas, a Samarco fechou, em 4 de dezembro de 2015, com os Ministérios Públicos de Minas Gerais e do Espírito Santo, um Termo de Ajustamento de Conduta visando a garantia de empregos. Pelo termo, a Samarco mantém os contratos das prestadoras de serviços permanentes até o dia 1 de março de 2016, garantindo o pagamento dos empregados e a manutenção dessas vagas. Durante todo o período, a Samarco cumpriu, integralmente, o que foi acordado e vem mantendo contato contínuo com seus fornecedores, para alinhá-los sobre a situação atual da empresa.