Um crime que não aconteceu e um crime que pode ter acontecido. Esse é a situação de uma Fake News (Notícia falsa) que pode ter levado a morte de um inocente em Guarapari. Luiz Paulo Gabriel Nascimento está desaparecido há oito dias, após ter sido comentado e divulgado por meio de redes sociais, que ele era suspeito de ter abusado uma criança de apenas 2 anos de idade. A criança é enteada dele. 

Luiz Paulo Gabriel Nascimento está desaparecido há oito dias

De acordo com familiares do rapaz de apenas 23 anos, o jovem foi retirado à força de dentro da própria casa no Bairro Concha D’Ostra, depois de um parente da criança ter espalhado em grupos de WhatsApp, a foto de um pedido do exame feito pelo delegado ao Departamento Médico Legal (DML).

Lesões corporais. Essa foto mostrava apenas que foi pedido no exame a verificação se a criança apresentava lesões corporais, violência sexual e coito anal. Esse parente da criança teria espalhado a foto do pedido do exame, com a informação de que estaria comprovado o estupro. 

Inocente. Ao contrário dessa informação incorreta, que viralizou nas redes sociais com a foto de Luiz Paulo como estuprador e vários comentários negativos sobre ele, o laudo do DML confirmou que a criança não sofreu nenhum tipo de abuso. 

 Morto. Desde a tarde da última segunda-feira, a mãe de Luiz Paulo, a marisqueira Andrea Cristina do Nascimento, 43, se mudou para a porta da delegacia da cidade, em busca de ajuda da polícia para encontrar o filho.

Delegado Franco Malini, titular da Deten de Guarapari. foto: João Thomazelli/Portal 27

“Ele não fez nada”. A mãe não tem esperanças de encontrar o filho vivo. “Eu tinha a esperança de encontrar meu filho com vida. Mas esses oito dias já me fazem acreditar que ele pode estar morto. Eu tento não imaginar o que fizeram com ele antes da morte. Tudo isso por causa do pedido de exame nos grupos de WhatsApp dizendo que meu filho era um estuprador. Eu tenho certeza que ele não fez nada. Ele era apaixonado pela enteada e criou ela desde os seis meses de vida”, comentou a mãe na porta da delegacia. 

Homicídio. O delegado titular da DHPP, Franco Malini, esclarece que mesmo sem o corpo, o caso é investigado como homicídio, já que com os relatos da mãe, existe além da morte, a ocultação de cadáver. A Polícia Civil, com o apoio da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros estão realizando as buscas pelo bairro para tentar encontrar o corpo do rapaz.

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