Se você é daquela pessoas que adora animais e não abre mão de ter um bicho de estimação em casa, deve ficar atento a saúde do seu pet porque ele também pode te contaminar com algumas doenças. Uma delas é a esporotricose, que ainda é desconhecida de muita gente, mas pode causar sérios problemas.

Esporotricose
A esporotricose, que ainda é desconhecida de muita gente, mas pode causar sérios problemas.

Segundo a médica veterinária Maria Isabel Carneiro Itho, essa doença de nome complicado é uma micose de baixo da pele que é causada pelo fungo Sporothrix schenkii. Ela explicou que este fungo atinge diversos animais, mas principalmente os gatos. “Este fungo geralmente habita o solo, palhas, vegetais e madeiras e pode atingir cães, ratos e pequenos mamíferos, mas atinge principalmente os felinos”.

No caso dos humanos a contaminação pode ocorrer em pequenos acidentes. “O homem também pode ser acometido e este pega o fungo geralmente após algum pequeno acidente, onde a pele entra em contato com algum meio contaminado pelo fungo, como por exemplo, tábuas úmidas e madeiras. Outra forma de contágio são arranhões e mordidas de animais que já tenham a doença ou contato direto da pele com as lesões dos bichos contaminados”, explicou a veterinária.

médica veterinária Maria Isabel Carneiro
Segundo a médica veterinária Maria Isabel Carneiro Itho, essa doença é uma micose de baixo da pele que é causada pelo fungo.

De acordo com a médica, os sintomas da doença no homem são lesões na pele, que surgem como um pequeno caroço vermelho e pode virar uma ferida. Geralmente aparecem nos braços, pernas, ou rosto e podem ser confundidas com outras doenças de pele, por isso a importância de procurar um dermatologista. Já nos gatos a doença começa com pequenas feridas na pele que inflamam e tornam-se ulceradas.

A atendente de Pet Shop Scheley Sampaio Lopes Coelho, de 28 anos, é diabética e foi vítima da doença. Ela tem 5 gatos em casa e resgata animais da rua. Uma das gatas resgatadas estava com o fungo e a contaminou. “Quando eu e minha amiga a resgatamos não sabíamos que ela estava com a doença. Ela não chegou a me morder, bastou um arranhão com o dente no meu dedo e três dias depois se formou uma bolha de pus e abriu um buraco no meu dedo”.

Scheley foi hospitalizada, diagnosticada com a doença após a realização de exames e passou 20 dias internada. “Depois da confirmação da doença eu precisei passar por uma cirurgia. A princípio me diziam que eu teria que amputar o dedo, mas os médicos conseguiram resolver o problema fazendo um enxerto com a pele retirada da lateral do meu dedo mesmo”.

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A atendente de Pet Shop, Scheley, de 28 anos, é diabética e foi vítima da doença. Ela tem 5 gatos em casa e resgata animais da rua.

A veterinária explicou que “a doença causa feridas de difícil cicatrização, que podem ser mais graves em pessoas imunossuprimidas, como é o caso da Scheley, que é diabética, e também pessoas HIV positivas. Se for tratada precocemente em pessoas saudáveis, não chega a uma situação tão grave”.

A jovem teve alta há uma semana e está fazendo tratamento em casa. “Eu já tirei os pontos e estou usando antibiótico, anti-inflamatório e iodeto de potássio, que de acordo com os médicos é um medicamento específico para isso. Mas ainda não sei quando vou poder voltar a trabalhar”.

Dedo esporotricose
Scheley foi hospitalizada, diagnosticada com a doença após a realização de exames e passou 20 dias internada.

Apesar de trabalhar com animais ela não conhecia a doença. “Eu trabalho há cinco anos na área e não conhecia a esporotricose. O médico que me atendeu disse que fui o primeiro caso urbano em Guarapari. Gostaria que as pessoas tomassem conhecimento também”.

Para evitar a contaminação é necessário higienizar bem os ambientes e ter cuidado ao manusear animais desconhecidos, principalmente, gatos. O ideal é usar luvar e lavar bem as mãos.” Indicamos a castração precoce dos felinos para evitar que saiam na rua e tenham contato com ambientes contaminados, assim como para evitar brigas com outros animais possivelmente infectados”,observou Maria Isabel.

A doença tem cura tanto para humanos como para animais e o tratamento é feito com antifúngicos receitados por médicos e veterinários. “Apesar de ser uma zoonose, a doença tem cura e os gatos não são culpados e sim vítimas. Não abandone seu animal em caso de suspeita de esporotricose. Não trate seu gato ou cão por conta própria, o tratamento errado pode gerar sérias consequências, alertou a médica.

Por Rafaela Patricio

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