O líder maior da Igreja Católica, Papa Francisco, disse nesta sexta-feira (10), durante uma entrevista publicada na mídia argentina, que pode rever a questão da proibição do casamento dos padres. Segundo ele, o celibato dentro da Igreja Católica pode ser “revisado” porque é uma “receita temporal” dentro da Igreja Ocidental.

10 anos. De acordo com o Papa Francisco, que na próxima segunda-feira, ele completará 10 anos à frente da Igreja Católica “Não há contradição para um padre poder se casar. O celibato na Igreja ocidental é uma prescrição temporal. Não sei se é resolvido de uma forma ou de outra, mas é temporário nesse sentido”, disse Francisco, de sua residência em Santa Marta, na Cidade do Vaticano, falando ao meio de comunicação digital argentino Infobae no 10º aniversário de seu papado.

Na próxima segunda-feira, ele completará 10 anos à frente da Igreja Católica

Questionado se a questão do celibato “poderia ser revisto”, o pontífice disse “sim, sim”, acrescentando que todos os membros da Igreja Oriental que desejam se casar são permitidos, portanto “há uma escolha aí”.

Machismo. O Papa reconheceu que “às vezes o celibato pode levar ao machismo” e destacou a necessidade de nomear mais mulheres para cargos de responsabilidade no Vaticano.  “O Conselho da Economia é composto por seis cardeais e seis leigos. Os leigos [eram] todos homens, claro. Teve de ser renovado e coloquei um homem e cinco mulheres. Em vez de colocar um vice-governador, coloquei uma vice-governadora, e ele [o governador, Fernando Berges] sente-se muito mais ajudado porque as mulheres resolvem as questões e resolvem bem”.

E ainda falou sobre as mulheres. “Elas têm outra metodologia. Elas têm um senso de tempo, de espera, de paciência, diferente do dos homens. Isso não diminui os homens, eles são apenas diferentes e têm de se complementar”.

Podem casar. Os padres podem se casar nas igrejas ortodoxas e de rito oriental, bem como nas igrejas protestantes e anglicanas. A Igreja Católica ensina que o sacerdote deve dedicar-se totalmente à sua vocação, tomando essencialmente a Igreja como sua esposa, a fim de ajudar no cumprimento da sua missão.

No entanto, embora o celibato sacerdotal seja uma tradição que remonta a cerca de 1.000 anos, não é considerado um dogma ou uma peça imutável do ensinamento da Igreja.