Muitas pessoas podem não se dar conta, mas, a cada 45 minutos, uma pessoa se suicida no Brasil. No mundo, ocorre um suicídio a cada 40 segundos, fato é que dar fim à própria vida está entre as principais causas de mortes entre jovens dos 15 aos 29 anos.

“É importante destacar que a pessoa que comete o suicídio, não tem como objetivo a morte, mas sim, se livrar de uma dor, que para ela é insuportável”, afirma Dirlene Friasça, psicóloga.

A fim de mudar esse quadro, a Organização Mundial de saúde instituiu em 10 de setembro, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, e, há quatro anos, a Associação Brasileira de Psiquiatria, junto ao Conselho Federal de Medicina promove o Setembro Amarelo, Campanha Nacional de prevenção contra o suicídio.

Dar fim à própria vida está entre as principais causas de mortes entre jovens dos 15 aos 29 anos.

Na opinião da psicóloga Dirlene Friasça, a ação é válida, uma vez que “aumentar o esclarecimento da população sobre os transtornos mentais e sobre a importância de cuidar da saúde mental, quebrando o preconceito que algumas pessoas têm de procurar ajuda profissional do psiquiatra e do psicólogo pode salvar vidas”.

Prevenção ao suicídio. Em entrevista ao Portal 27, a psicóloga afirmou que “a pessoa que está com uma ideação suicida geralmente emite sinais no seu comportamento e também em sua fala” e caso se identifique a intenção suicida, deve-se acolher a pessoa e oferecer ajuda sem julgamento. “Encaminhar a pessoa para os profissionais da saúde mental para que seja acompanhada com medicação e psicoterapia. Não deixar esta pessoa sozinha. Evitar que ela tenha contato com objetos que podem ser usados contra a sua própria vida”.

Dirlene Friasça, psicóloga.

Exigências da vida diária podem gerar transtornos mentais e dependência química. “Vivemos hoje em uma sociedade imediatista e cada vez mais exigente e competitiva, gerando nas pessoas um sentimento constante de incapacidade, exaustão, frustração e estresse. Esses sentimentos podem desencadear em algumas pessoas transtornos mentais tais como: depressão, transtorno de ansiedade, transtorno bipolar, transtorno do pânico, esquizofrenia, síndrome de burnout e dependência química (álcool/droga)”, afirma Dirlene.

Precisamos falar de suicídio. Por quê? “Falar de morte ainda é um tabu a ser enfrentado na sociedade, principalmente se a causa da morte for de um suicídio, que é considerado por algumas pessoas um pecado sem perdão”, afirma a psicóloga. O assunto até pouco tempo não era exposto na intenção de evitar com que mais pessoas fossem influenciadas, mas “com o surgimento da internet, esses casos são divulgados quase que em tempo real e por isso precisa-se falar em suicídio com o intuito de oferecer ao necessitado orientações, ajuda, e informar às pessoas como devem reagir em um caso desses”.

De acordo com a psicóloga, pessoas que têm intenção suicida podem dar alguns indícios:

  • Mudanças de comportamento;
  • Falas do tipo: “pra mim já deu”, “eu não aguento mais”, “estou cansado de ser um peso para as pessoas”;
  • Isolamento;
  • Falta de energia para o trabalho;
  • Visitas repentinas a parentes e amigos em tom de despedida.

A especialista afirma ser necessário dispensar atenção a pessoas com distúrbios mentais que abandonaram o tratamento, e ainda, ao comportamento estranho de crianças e adolescentes. “O suicídio infanto-juvenil está relacionado com situações de bullying, maus tratos, abuso sexual e desafios virtuais”.

Ajuda. A psicóloga ressalta a existência do “Centro de Valorização da Vida que são pessoas voluntárias que estão ano todo, durante 24 horas, atendendo as ligações de pessoas que se encontram em sofrimento e ideação suicida, oferecendo uma escuta sem julgamento, dando-lhe atenção e orientando-o onde procurar ajuda. Disque CVV 188”.

Por Ravena Brazil

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