Justiça diz que dinheiro bloqueado sumiu e Samarco não vai pagar os funcionários

 

 

Após a manifestação a favor da Samarco, a empresa informou por meio de nota que “não poderá cumprir os compromissos financeiros com seus funcionários e fornecedores”. Segundo a empresa, o motivo é o bloqueio de cerca de R$ 300 milhões determinado pela Justiça, mas que de acordo com o juiz a maior parte deste dinheiro que deveria estar bloqueado, sumiu.

Confira a nota na íntegra:
A Samarco informa que, devido à manutenção da ordem de bloqueio de suas contas bancárias por pedido em ação judicial proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais em Mariana, e autorizado pelo juízo desta cidade, solicitou adiamento do prazo para efetuar o depósito relacionado ao Termo de Compromisso firmado com este Ministério e o Ministério Público Federal. Assim como o depósito, a empresa também não poderá cumprir os compromissos financeiros com seus funcionários e fornecedores. A Samarco informa que já solicitou liberação ao juízo de Mariana e continua tomando todas as medidas legais cabíveis para o desbloqueio das contas e, tão logo a situação seja regularizada, todos os seus compromissos financeiros serão cumpridos. 

Mesmo com todo o problema, “a empresa se desculpa pelo transtorno causado, principalmente, a seus funcionários e fornecedores, e reforça que as medidas para a regularização dos pagamentos, infelizmente, não estão sob sua alçada”.

O dinheiro bloqueado que a Samarco cita na nota, ocorreu no dia 13 de novembro, quando o juiz da 2ª Vara Cível de Mariana (MG), Frederico Esteves Duarte Gonçalves, concedeu liminar, em ação civil pública cautelar solicitada pelo Ministério Público, a indisponibilidade de R$ 300 milhões em contas bancárias da Samarco. De acordo com a decisão, a quantia é para ser usada “exclusivamente” para a reparação de danos causados às vítimas do desastre em Mariana – duas barragens da Samarco romperam, derramando lama e detritos no subdistrito de Bento Rodrigues.

O dinheiro sumiu. Ontem, o mesmo juiz, Frederico Esteves Duarte Gonçalves, disse que a maior parte do dinheiro que estava na conta da Samarco, sumiu. E afirmou que “apenas R$ 8 milhões foram encontrados em contas vinculadas à mineradora e que a empresa ‘sumiu’ com o dinheiro”.

Diante da situação, nesta quarta-feira (25), o juiz determinou o bloqueio de qualquer valor ou movimentação financeira da Mineradora Samarco até completar R$ 300 milhões. E uma nova ação foi movida contra a empresa, o juiz pede a retenção dos R$ 292 milhões restantes.

A Samarco confirmou à imprensa, a existência de ordem judicial de bloqueio determinada pela 2ª Vara Cível da Comarca de Mariana e disse que “está adotando as medidas judiciais para revertê-la”.