A Agência Nacional de Mineração (ANM) anunciou a interdição de três Pilhas de Estéril (PDE) na Mina de Fábrica Nova, localizada em Mariana, Região Central de Minas Gerais. A interdição foi determinada na sexta-feira (10) após a Vale não comprovar a estabilidade das pilhas, levando a ANM e a Defesa Civil Estadual a realizar uma vistoria nesta segunda-feira (13).
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi notificado e encaminhou uma equipe técnica do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma) para acompanhar a vistoria juntamente com a equipe da ANM.

Moradores. Cerca de 300 pessoas, residentes em Santa Rita Durão, distrito de Mariana, podem ser evacuadas caso o risco seja confirmado. Elas vivem na área que fica abaixo das barragens e podem ser atingidas em caso de acidente ou rompimento. A decisão sobre a retirada dos moradores será tomada após a conclusão da vistoria.
Interdição. As Pilhas de Estéril interditadas incluem a Permanente I, Permanente II e União Vertente Santa Rita, e a ANM categorizou a situação como “risco iminente”, devido a problemas detectados na estabilidade física e nos sistemas de drenagem. A agência alertou que tais problemas podem resultar em incidentes similares ao ocorrido no dique da Mina Pau Branco, em Nova Lima, na Grande BH, em janeiro de 2022, quando a estrutura transbordou, afetando a BR-040.
Resposta. Para retomar as atividades, a Vale terá que apresentar um laudo de estabilidade aos órgãos fiscalizadores. A empresa confirmou a interdição em nota oficial:
“A Vale informa que, na última sexta-feira (10/11), a Agência Nacional de Mineração interditou, preventivamente, as atividades de disposição de estéril nas pilhas PDE Permanente I, PDE Permanente II e PDE União Vertente Santa Rita, da mina Fábrica Nova, em Mariana. A empresa acompanha vistoria da ANM e Defesa Civil, nesta segunda-feira, para os esclarecimentos necessários sobre as condições de estabilidade das estruturas, que permanecem inalteradas. Importante reforçar que as estruturas geotécnicas da companhia são vistoriadas frequentemente pela agência reguladora e monitoradas permanentemente por equipe técnica especializada. Não houve remoção da população até o momento e não temos a informação de que isso acontecerá.”