Na manhã desta terça-feira (28) uma confusão entre moradores de Buenos Aires e fiscais da prefeitura de Guarapari, que retiraram as faixas contra o projeto Nova Buenos Aires, foi parar na delegacia.  

Segundo o presidente da Associação de Moradores de Buenos Aires, Job Brambati, a comunidade espalhou quatro faixas pela região na última quinta-feira (23) se posicionando contra o projeto Nova Buenos Aires.

Segundo o presidente da Associação de Moradores de Buenos Aires, Job Brambati a reação dos moradores se deu por conta da falta de diálogo. “Nós colocamos a faixa na quinta-feira, quando houve um seminário e nós nem fomos comunicados dele. Elas ficaram lá até hoje, mas aí a fiscalização da prefeitura veio retirar. Nós fomos pedir para eles não retirarem e acabou que houve um bate boca”, explicou.

Job afirmou que “eles tiraram as faixas da gente que estavam na área da comunidade e da associação. Não tinha nada em área particular e não se citava o nome de ninguém. Nós colocamos quatro faixas no mesmo sentido. Só estava escrito “Não ao projeto Nova Buenos Aires” e “Não queremos o projeto Nova Buenos Aires”. Nós estamos reivindicando os nossos direitos porque o prefeito não procurou a comunidade em hora nenhuma”.

De acordo com ele, o projeto Nova Buenos Aires não foi discutido com os moradores da região. “Ele reuniu um grupo de empresários e vendeu o projeto sem que a comunidade ficasse sabendo. Ele deveria ter procurado a comunidade e ver o que deveria ser bom para nós. Deveria conversar com o pessoal para saber em que nós poderíamos trabalharmos junto, mas o prefeito não fez nada disso”.

Job afirmou que a população não foi consultada sobre o projeto e que também não foi comunicada sobre a retirada das faixas.

“Tem muita coisa do projeto que a gente não concorda, principalmente, com o impacto ambiental que vai causar na região da gente. Não tem rede de esgoto para tudo que ele está querendo fazer aqui. Nós temos as nossas nascentes e nossos lençóis freáticos que tem que ser muito cuidados, mas ele não está pensando nisso em momento algum. Está apenas preocupado com a situação financeira”, afirmou Job.

O presidente da Associação de Moradores disse ainda que o projeto também prevê o fim do campinho do bairro. “O projeto dele quer tirar o campo da comunidade. Ele é o único lugar em que temos como área de lazer para os nossos meninos e ao invés dele tentar melhorar e ajudar a gente, faz isso. A intenção dele é fazer um shopping dentro do campo. Porque ele não pensa em fazer hospital já que a saúde em Guarapari está uma porcaria?, questiona o presidente do bairro.

Com a discussão os fiscais e os moradores foram parar na delegacia. Mas após o registro da ocorrência, foi feito um acordo. “A gente se exaltou tanto como os fiscais e no tumulto o telefone do fiscal acabou caindo no chão e trincando. Ele acusou a gente, mas a gente vai ressarcir o menino porque ele estava  fazendo o trabalho dele”, disse Job.

Veja o vídeo do momento da confusão entre os moradores e os fiscais:

O Portal 27 procurou a prefeitura para saber porque as faixas foram retiradas, se a comunidade realmente não foi comunicada antes da ação. Nossa reportagem questionou ainda porque os moradores não foram ouvidos na idealização do projeto Noa Buenos Aires, já que seriam os mais atingidos; qual o posicionamento da prefeitura sobre os impactos ambientais que o projeto pode causar, como foi mencionado pelo presidente da Associação de Moradores; e se existe a possibilidade do prefeito se reunir com a comunidade para discutir o projeto e foi informado que “Esta foi uma ação de rotina de acordo com as Leis da Cidade Limpa Nos 4111/2017 e 4112/2017, sancionadas em junho do corrente ano. De acordo com as referidas leis é proibido pichar, desenhar, escrever e/ou afixar propaganda, cartazes, anúncios, faixas objetos, outdoor, back lights, painéis e similares em muros, fachadas, colunas, paredes, postes, árvores, abrigos de passageiros, placas de sinalização, equipamentos de mobiliário urbano, monumentos ou quaisquer lugares de uso público ou privado não autorizados pelo Poder Executivo Municipal.

As multas variam entre R$ 1.095,09 e R$ 5.110,44. Havendo reincidência, a multa será reaplicada ou dobrada, e o ato comunicado à autoridade policial competente para que proceda de acordo com o que dispõe o Código Civil, Código Florestal ou Ambiental e Código Penal. 

As ações ocorrem por meio de denúncias e da busca de flagrantes em todas as regiões do município. Apenas neste ano mais de 600 materiais já foram recolhidos pelas equipes de fiscalização”.

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