Neste domingo, 2 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Autismo. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008, e na tarde deste sábado (01) o Grupo Mar Azul realizou o terceiro encontro  entre familiares, amigos e crianças com a síndrome. Durante o evento o grupo passeou de trenzinho pelas praias da cidade e ainda se divertiu em um piquenique no parquinho do SESC.

o Grupo Mar Azul realizou o terceiro encontro entre familiares, amigos e crianças com a síndrome.

A professora de educação especial Joyce Adriane Silva Lopes é mãe de um adolescente com autismo e é uma das organizadoras do evento. Ela explicou que o grupo recebeu este nome porque o autismo atinge mais o sexo masculino e por isso, durante os encontros todos vestem azul. Joyce também esclareceu o porque as famílias realizam este encontro há três anos consecutivos.

” A gente faz uma caminhada pela cidade com o intuito de mostrar para a sociedade que existe uma quantidade expressiva de  autistas em Guarapari, que a gente precisa de um olhar diferenciado, uma atenção maior, de menos preconceito e mais ajuda e acolhida”.

O grupo recebeu este nome porque o autismo atinge mais o sexo masculino

Segundo a professora, mais de 80 pessoas participaram do encontro,  entre elas estavam 25 crianças autistas e também crianças com outras necessidades especiais.  Joyce também falou sobre o preconceito e a falta de informação que a sociedade ainda tem sobre o autismo.

“Não que as outras deficiências sejam mais fáceis, mas já existe uma certa acessibilidade para o caso da deficiência física, como por exemplo,  as rampas. O deficiente  visual tem as libras que fazem a comunicação dele com a sociedade e quando ele precisa de apoio as pessoas veem e se mobilizam para ajudar. Mas a  pessoa que tem deficiência intelectual, principalmente quando é uma criança, é interpretada como birrenta, mal educada, que não tem limites e na verdade não é isso. É a forma que o autista tem para expressar alguma insatisfação”, desabafou a mãe.

A pedagoga Patrícia Crud é mãe de uma menina autista de 12 anos. Ela relatou que participar do grupo ajuda não só as crianças, mas também os pais.   ” Isso aqui é um momento importante também para os pais que podem sentar e conversar, o que acontece aqui hoje é uma terapia de pai para pai. Agora mesmo eu estava falando com uma mãe aqui que me perguntou se a filha iria falar um dia. Eu respondi que a minha falou com 5 anos  então se a dela está com três, tudo é possível”.

No dia 2 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Autismo

 “Os médicos disseram  que minha filha era clássica, ela não falava nem olhava para a gente. Ela via a gente como se fosse um sofá, uma televisão ou qualquer outro objeto em casa e hoje ela conversa e diz o nome dela. Na época e que recebi o diagnóstico os médicos disseram que ela tinha autismo e não iria fazer nada e eu peguei aquele nada e fiz o que ela é hoje

Patrícia também deixou uma mensagem para os pais que tem os filhos diagnosticados com autismo. ” É duro e no primeiro dia o mundo cai mesmo, a gente chora. Mas a gente tem que enxugar as lágrimas e se colocar de pé porque nossos filhos precisam que a gente não fique no canto chorando, mas sim que a gente se levante.

Para quem não conhece tratamento sugiro que  procure um grupo como esse na sua cidade que possa ser auxiliado e ter recursos para buscar tratamento. Não fique trancado em casa, não tenha vergonha por seu filho ter autismo. Tem muitas pessoas que tem vergonha desse diagnóstico.  Exponha sua história para as pessoas que você vai achar caminhos e solução”, aconselhou a mãe.

INCIDÊNCIA: Segundo a ONU, a incidência de autismo em crianças  é mais comum e  maior do que os casos de AIDS, câncer e diabetes juntos. No Brasil, estimasse que exista 2 milhões de autistas e mais da metade não são diagnosticados.

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