Técnico em Raio X de Guarapari, que prefere não ser identificado, alerta sobre risco de vida e condições de trabalho com o aparelho de Raio X na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. “Está escrito no equipamento, risco de explosão. Uma ampola de Raio X quando aquecida, chega a 3.200 graus Celsius, imagine se uma ampola daquela explodir?, no mínimo o paciente e o operador serão eletrocutados”, diz.

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Funcionário fotografou painel de operação do Raio-X do UPA para mostrar como os operadores trabalham.

O profissional também está indignado a respeito do valor do contrato com a empresa especializada em manutenção preventiva e corretiva em equipamentos de Raio X. Ele nos mostra um documento onde foi divulgado no Diário Oficial da União, em 7 de novembro de 2013, o acordo da UPA com a empresa Athos equipamentos hospitalares, no valor global de 324 mil reais.

 “Com o valor da manutenção que a prefeitura está comprando é possível adquirir três aparelhos, dos mais modernos possíveis”, afirma operador, após realizar pesquisas de preços no mercado.

 EditalA prefeitura, através da Secretaria Municipal de Comunicação Social (SEMCOS), informa que o valor global desse processo é dividido em 12 meses, resultando em parcelas mensais de 27 mil reais. A empresa tem o compromisso em realizar manutenções preventivas (manter o equipamento dentro das condições normais de utilização) e corretivas (eliminar defeitos decorrentes da utilização dos equipamentos), ou seja, a contratação não é apenas para um único tipo de manutenção e o pagamento será efetuado de acordo com a prestação do serviço. “A contratação ocorreu respeitando a concorrência pública entre as empresas especializadas na prestação dos serviços” destaca a resposta da prefeitura.

 O operador afirma que o equipamento ficou quebrado durante todo o carnaval, fato que prejudicou o atendimento à população, visto que os pacientes do UPA foram deslocados para a Unidade de Pronto Atendimento Infantil (UPAI). “Como medida paliativa, por aparelho estar quebrado, colocaram o aviso: Atenção, não pode usar o equipamento acima de 100 KV – risco de explosão do tubo”.

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“Esse raio-x é um risco tanto para nós, como para os pacientes” diz o funcionário.

Segundo resposta da prefeitura, os problemas no equipamento apareceram em dias alternados durante o carnaval e sempre que necessitava de manutenção a empresa realizava o serviço necessário, como especificado no contrato. “Mesmo quando o aparelho passava por manutenção, a população não ficou desassistida. Todos os pacientes eram encaminhados em ambulâncias até a UPAI e, após radiografia retornavam no mesmo veiculo à UPA”, reforça a Coordenação da UPA.

O Técnico afirma também que a prefeitura, na parceira com a instituição filantrópica Hospital Infantil Francisco de Assis, está cedendo um aparelho de Raio X digital que vale em média 248 mil reais. “Este aparelho é muito melhor do que existe na UPA. O que temos lá está tão velho que os botões de uso são indicados com esparadrapo”,diz.  Segundo ele, algo precisa ser feito. “O aparelho do jeito que está é um risco tanto para nós, como para os pacientes”, afirma.

A prefeitura esclarece que o equipamento de raio-x digital está, desde a sua inauguração em 2012, na UPAI e de acordo com a Lei nº3.639 , de 19 de novembro de 2013, aprovada pela Câmara Municipal de Vereadores e sancionada pelo prefeito, o município disponibilizará bens imóveis, móveis e equipamentos à instituição filantrópica.

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