Por João Thomazelli | Morador em situação de rua em Guarapari se tornou um problema social há algum tempo. Contudo, um levantamento feito pela polícia civil, aponta que um em cada quatro crimes de furto, roubo e tráfico de drogas na cidade são praticados por esses indivíduos.

Uma fonte policial nos informou que uma estratégia usada pelos traficantes para minimizar os riscos é utilizar moradores em situação de rua como vendedores de drogas, para sustentar o vício e não chamar a atenção da polícia.

“Na maioria das vezes o morador de rua acaba se tornando uma ferramenta dos traficantes, já que está pessoa não tem vínculo familiar no município e pode se arriscar mais ao trabalhar com o tráfico”, explicou um policial à nossa equipe.

Contudo, um levantamento feito pela polícia civil, aponta que um em cada quatro crimes de furto, roubo e tráfico de drogas na cidade são praticados por esses indivíduos.

Furtos e roubos. Além do tráfico, é possível verificar também que muitos dos furtos e roubos que ocorrem no município tem o envolvimento de moradores em situação de rua. “Recentemente a polícia prendeu um casal que havia cometido furto em uma igreja. Eles foram soltos e no mesmo dia foram detidos novamente em Marataízes”, contou outro policial.

Prejuízos. Agnaldo Ferreira Júnior, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Guarapari explica que os lojistas ficam no prejuízo não apenas do dinheiro e objetos levados pelos ladrões. “O problema maior não é o que é levado da loja, mas sim o rastro de destruição que eles deixam no estabelecimento para entrar e sair. Em média eles levam duzentos, trezentos reais de fundo de caixa, mas deixam vitrines, telhados e outros equipamentos do estabelecimento quebrados”, explicou.

E não é apenas o comércio que é afetado pelos moradores de rua. De acordo com Fernando Otávio, diretor do Sindicado da Indústria da Construção Civil de Guarapari (Sindicig) e da Federação das Indústrias do ES (Findes), a construção civil também é afetada.

“Quem vai querer comprar um apartamento na praia se na frente do prédio tem um monte de morador de rua usando drogas, fazendo sexo e assediando as pessoas. A construção civil e o turismo de forma geral, também são afetados com isso. Esse é um problema que afeta vários setores do município”, disse ele.

E não é apenas o comércio que é afetado pelos moradores de rua.

O portal 27 procurou a prefeitura de Guarapari, para saber o que a mesma tem a dizer sobre a questão, que é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania (SETAC). A resposta foi que:

“A Prefeitura de Guarapari, através da Secretaria de Trabalho, Assistência e Cidadania (Setac), informa que atualmente cerca de 150 pessoas estão morando nas ruas da cidade. Os serviços de assistência oferecidos às pessoas em situação de rua pelo município são: acolhimento, escuta qualificada, oferta de informações e orientações, atendimento individual e em grupo com técnicos especializados (Assistente Social e Psicólogo), Abordagem Social (SEAS), encaminhamento e acompanhamento individuais ou coletivos para rede sócio assistencial das demais políticas públicas e órgãos de defesa de direitos.

Também é realizada a regulação de documentação, articulação com órgãos de capacitações e preparação para o mercado de trabalho, articulação e encaminhamentos para vaga de emprego, encaminhamento e acesso a formas de tratamento para dependência química, acesso a higienização pessoal, alimentação, encaminhamento e acesso a serviço de saúde, encaminhamento e inclusão no Cadastro Único, avaliação para concessão de benefício de passagem de retorno a cidade de origem (recambiamento), elaboração do Plano Individual de Acompanhamento (PIA), visitas domiciliares a família dentre outros atendimentos.”