Muito conhecido e querido em Guarapari, o vigilante de banco, Wanderson José de Aguiar, de 48 anos, decidiu reativar um amor antigo pela arte, e voltou, depois de 22 anos, a pintar quadros.

O recomeço foi como a abertura de uma porta para o sucesso, e já trouxe prêmios para o artista, em Guarapari. Ele participou de um concurso de artes plásticas que aconteceu na cidade, e foi o grande vencedor na categoria pintura, com a obra ‘Gênesis, Pintura Abstrata’.

“Vencer no primeiro concurso que eu participei, me trouxe um nova visão da arte. O conceito de que a gente a arte do artista só é valorizada quando morre, precisa ficar no passado. Precisamos viver esse reconhecimento em vida. Na pintura de Gênesis, eu busquei mostrar a existência do ser humano na vida, nessa busca interior sobre o humano e sua própria razão”, explica ele.

Wanderson José de Aguiar, de 48 anos, decidiu reativar um amor antigo pela arte, e voltou, depois de 22 anos, a pintar quadros.

Completando 23 anos como vigilante de um banco estadual, Wanderson conta que começou logo depois de assumir a profissão na agência bancária. “Comecei a pintar, há 22 anos, no ano de 1995. Eu já desenhava no papel e fazia esboço para pintura. Logo participei de um projeto de um mineradora do Estado, onde fiz uma revista em quadrinhos sobre o turismo de Guarapari. Fiz tudo a mão. Depois conheci trabalhos de artistas que trabalhavam na praia e tive o primeiro contato com a tinta. Criei minhas técnicas, passei a estudar sobre a área, me aprofundei e comecei a pintar em eucatex”, lembra ele.

Um ano depois, dois dos primeiros trabalhos feitos em tela pelo artista, foram selecionados para participar da 11° coletiva de artes plásticas do ES. O artista Kleber Galvêas, organizador da época, acabou atraindo artistas de fora do país, e o vigilante conta que conheceu a arte plástica de perto, e ver sua obras ao lado de grandes artistas, mostrou que o ele tinha potencial.

Logo uma loja de arte mandou convite para Wanderson participar de um concurso em São Paulo, de pintura, e surgiu a frustração que o fez desistir da arte.

“Não consegui ir e levar as telas por não poder pagar a viagem e levar as telas. Naquela época da frustração, foi como uma grande decepção, que me deixou na inércia no ano passado. E agora, quando veio os primeiros convites, renasci das cinzas como uma fênix. Porque quando a gente faz o que gosta, é como se eu tivesse deixando para trás uma parte de mim. Que ficou guardada por todo esse tempo. Hoje meu desejo é continuar, mas só o futuro poderá responder”, completa ele.

A dois meses de terminar a faculdade de psicologia, Wanderson conta que está a desenvolver muitos projetos para ajudar as pessoas a mudar de vida, e seu testemunho vai contar muito.

“Sou bacharel em teologia, radialista, trabalhei mais de 10 anos em rádio. Atualmente pastor, e trabalhando na área de aconselhamentos, por ser uma linha que mexe no ser humano, eu achei interessante voltar a estudar. Durante esses cinco anos de faculdade, sempre perdi os últimos 50 minutos das aulas para chegar no horário de trabalhar no banco. Agora só faltam dois meses para eu me formar. Se eu não tivesse voltado, os cinco anos teriam passado da mesma maneira”, finaliza ele.

Por Roberta Bourguignon