O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (Getep) e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), com apoio da Polícia Militar, deflagrou, nesta terça-feira (06), a Operação “MOURO”, com o objetivo de desarticular e colher provas relativas à atuação de uma organização criminosa que atua na comercialização de drogas, armas, munições e entrada de drogas e telefones celulares em estabelecimento prisional com participação de servidor público.

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forte esquema policial para prender os envolvidos. Foto reprodução TV Gazeta.

De acordo com o MPES, o relatório preliminar da operação mostra que, dos 19 mandados de prisão temporária, 14 foram cumpridos, e, por meio dos 19 mandados de busca e apreensão foram apreendidas quantidades de maconha e cocaína, balança de precisão, documentos, agendas e computadores.

Entre os presos estava Jorge Figueiredo Gonçalves Júnior, conhecido como Juninho, filho do vereador, Jorge Figueiredo (PP). A operação utilizou 90 policiais militares e 20 agentes da Sejus.

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Policia entrou no escritório de uma advogada que estaria envolvida. Foto: reprodução TV Gazeta.

As investigações foram realizadas em conjunto pelo GETEP, GAECO e SEJUS. Os crimes investigados são: corrupção, formação de quadrilha, tráfico e associação para o tráfico de drogas, comércio ilegal de armas de fogo e munições, além de outros delitos que a operação apontar após as buscas.

Para o Gazeta online, o secretário de Estado de Justiça, Sérgio Alves Pereira, explicou que essa operação iniciou há 2 meses com a fuga do preso Maurício de Jesus Camargo, “o Mauricinho”. Pereira afirma que indícios apontaram a participação de servidores nessa fuga. “Com a passar do tempo e análise dos dados com interceptação eletrônica, pudemos contatar a participações de servidores da Secretaria de Justiça”, comentou ao site.

Sérgio Alves afirmou ainda que advogados, três agentes penitenciários e um ex-agente facilitavam a entrada de celulares e entorpecentes nos presídios de Xuri, em Vila Velha, e o de Segurança Máxima II, em Viana. “A parte deles era facilitar a entrada de celulares, drogas e ajudar nas fugas. Infelizmente servidores traíram essa confiança do Estado e passaram a se aliar com criminosos”, comentou o secretário.

DEFESA. O Portal27 entrou em contato com o vereador e policial civil Jorge Figueiredo (PP), que nos explicou que a operação e a prisão do seu filho foi totalmente arbitrária. “A operação estava sendo conduzida por dois agentes penitenciários que não tem competência para isso. Que eu saiba operações deste porte só Civil, federal e MP. Essa operação foi um equívoco total”, disse ele.

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Jorge considerou arbitrária a prisão do seu filho.

Ainda de acordo com Jorge, seu filho nunca trabalhou em presídios, como foi divulgado pela imprensa. “Eu sou a favor da verdade e da justiça. Mas, como uma operação feita para prender agentes penitenciários, prende o meu filho que nunca trabalhou em presidio? Ele já errou, foi preso, mas cumpriu a pena e saiu há mais de seis meses. Atualmente estava procurando emprego”, explicou o vereador, fazendo ainda um mea culpa pelos problemas do filho. “Em 2008 meu outro filho sofreu acidente, demos muita atenção a ele e o Juninho ficou solto. Isso o levou para esses problemas. Mas estávamos dando todo apoio agora”, diz.

Ainda de acordo com Jorge, os policiais e agentes penitenciários entraram em sua casa -que estava em reforma – a procura de drogas, mas só encontraram as suas munições. “Eu sou policial, tenho que ter arma e munições em minha casa. Já declarei ao delegado que as munições são minhas. Procuraram drogas achando que era do meu filho, mas não encontraram. Como se eu, como policial, não fosse perceber se o meu filho tivesse drogas em casa”, desabafou.

Jorge disse que vai buscar os sindicatos que representam os policiais civis, para tomar as providencias cabíveis, contra esta operação que levou o seu filho preso. “Isso vai causar um problema entre a secretaria de justiça e a policia civil”, afirmou.

Fonte: MPES e Gazetaonline

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