Uma reunião que aconteceu na tarde de ontem (12), na Secretaria Municipal de Turismo de Guarapari, trouxe uma péssima notícia para escolas, blocos, moradores e turistas da cidade. A prefeitura alegou que não há recursos para poder produzir e realizar – junto com escolas e blocos – o carnaval em 2023.

Ao portal 27 representantes de blocos e escolas, lamentaram a postura. “Desde o ano passado estávamos em contato e ouvíamos o silêncio como resposta. Ninguém nunca se manifestou. Só foram fazer uma reunião no dia 14 de dezembro, onde falaram que não saberiam se ia ter ou não o carnaval. E a própria secretária falou que não tinha agenda com o prefeito. Depois disso, como a gente sabe que não dá tempo de fazer o carnaval, soltamos uma nota dizendo que não íamos participar do carnaval”, disse o diretor da Mocidade de Olaria, Tarcísio Ribeiro.

A prefeitura alegou que não há recursos para poder produzir e realizar – junto com escolas e blocos – o carnaval em 2023.

Patrimônio Cultural. Ontem, a reunião mostrou que a Olaria sabia que não haveria condições do carnaval em 2023. Ainda de acordo com Tarcísio, a Olaria vai continuar os ensaios na pracinha do bairro, visto que a escola tem alguns eventos particulares para cumprir.  “A Mocidade de Olaria é Patrimônio Cultural e Imaterial de Guarapari. Está na legislação. Ridículo o jeito que a prefeitura trata a cultura de Guarapari”, desabafou Tarcísio.

Mesmo com essa indefinição e atrasos, as outras escolas e blocos esperavam que prefeitura fizesse o carnaval. O primeiro carnaval pós-pandemia de recuperação econômica.  “Lamentável. Vergonhoso. A cada dia Guarapari morre um pouco nas mãos de quem parece que não ama essa cidade”, disse o presidente de um bloco ouvido por nossa equipe.

Blocos. Dono de um dos blocos mais famosos de Guarapari, Papadéfus e Papinha, Lennon Monjardim também lamentou a atitude da prefeitura.  “Já somos poucos blocos e escola na cidade. Parece que o prefeito está querendo terminar de acabar com tudo. Muitos estão desistindo, daqui a alguns anos, não teremos o tradicional desfile na avenida Joaquim da Silva Lima. Eles pouco se importam. Eu acredito que o prefeito pense que não precisa do carnaval para fazer turismo”, disse.

Mesmo com essa indefinição e atrasos, as outras escolas e blocos esperavam que prefeitura fizesse o carnaval.

Lennon afirma que seus blocos vão fazer apresentações em ambientes fechados e não devem desfilar publicamente, até por respeito as outras escolas e agremiações. “Não tem condições deixar para conversar em janeiro. Pedimos sempre reuniões no meio do ano, bem antecipadas. Acho que são importantes, investimentos feitos com responsabilidade nesse tipo de eventos. O valor pago aos blocos e escolas não é absurdo e traz retorno. Cada setor tem suas verbas destinadas. São pequenos investimentos que visam manter a tradição cultural”, finalizou.