*Por Anderson Arpini | Com a crescente rejeição, o prefeito se organiza para que o Hospital Cidade Saúde seja o seu trunfo político para as eleições de 2024.

Artigo de opinião de Anderson Arpini

O político, que tinha a imagem de um prefeito comprometido, que circulava pelas obras e se preocupava com os mínimos detalhes da cidade, mudou completamente o seu perfil de gestão e tem deixado a população insatisfeita com a falta de manutenção e a má prestação dos serviços públicos. Tal mudança tem contribuído para a significativa perda de espaço político que o prefeito vem acumulando há alguns anos.

A saúde e a desordem da cidade

Os longos atrasos nos atendimentos no HIFA e na UPA; o descaso com a manutenção das áreas públicas; a incapacidade de resolver os problemas gerados pelos moradores de rua; o turismo sem qualquer investimento; diversas promessas não cumpridas e; os mais de dez anos de obra do hospital, são problemas que somados, causam um enorme estrago na vida política do prefeito, que não poderá disputar a reeleição.

A rejeição

Para constatar a rejeição de Edson, basta analisarmos as eleições de 2022, e refletir sobre a votação de seus principais aliados. O deputado estadual Theodorico Ferraço, considerado o padrinho político do prefeito, obteve apenas 110 votos em Guarapari, votação que estampa a fraqueza do prefeito ao pedir votos para terceiros.  Norma Ayub, que disputou a reeleição para a Câmara Federal, esposa de Ferraço, obteve apenas 2.904 votos na Cidade Saúde. As votações de seus aliados foram terríveis para Magalhães que, por algum tempo, foi considerado um dos maiores puxadores de votos da cidade.

prefeito se organiza para que o Hospital Cidade Saúde seja o seu trunfo político para as eleições de 2024.

Edson empreenderá toda a sua força para emplacar o seu indicado

Com a crescente rejeição do prefeito e com a sua retrógrada insistência em não construir uma candidatura junto ao povo, deixando para apresentar o seu indicado apenas nos últimos minutos, Edson poderá sair prejudicado e ter toda a sua história política triturada por quem ocupar o seu assento.

O prefeito canaliza toda a sua esperança de eleger o seu indicado na inauguração do hospital, que mais uma vez foi prorrogada.

Edson que já prometeu a inauguração do hospital por diversas vezes, ainda não concluiu as obras e não equipou a unidade. Há quem acredite, que o prefeito utilizará de uma esperteza para inaugurar o hospital no decorrer da eleição, na efervescência do período eleitoral, pois assim, a população não teria tempo sequer para avaliar os primeiros resultados do hospital e estaria sendo bombardeada com o marketing político de que a promessa foi cumprida e que o sonho da cidade foi realizado.

Mas será o hospital a salvação política de Edson Magalhães?

Mas será o hospital a salvação política de Edson Magalhães?

Magalhães acumulou muitos fracassos, promessas não cumpridas, ideias que jamais saíram do papel e inimigos políticos que não esperam pela hora de sua saída.

Se os adversários se unirem em torno de uma estratégia para dar adeus aos tempos de Edson Magalhães, e mostrar para o povo da cidade que o prefeito já poderia ter resolvido os problemas estruturais da cidade, principalmente os da saúde, suas chances de eleger um indicado pode escorrer pelo ralo. O prefeito quer triunfar na saúde com o projeto do Hospital, mas não estruturou as unidades básicas, não ampliou o horário de funcionamento e não aumentou a oferta de atendimento médico, o que já poderia ter resolvido a dificuldade da população da Cidade Saúde.

A eleição do indicado de Edson não dependerá da inauguração do Hospital Cidade Saúde, mas da capacidade de seus adversários.  Os números das últimas eleições mostram que Edson Magalhães não é um Alexandre, o Grande, mas que seus adversários é que são pequenos demais.

* Artigo de opinião de Anderson Tadeu Varalo Arpini | Gestor Público, Tradutor e Técnico em Segurança Pública e servidor Público do Estado do Rio de Janeiro.