Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Viena, em parceria com as universidades de Exeter e Birmingham, no Reino Unido, além das instituições Seascape Belgium e European Marine Board, revelou que viver próximo ao mar ou visitar regiões litorâneas está associado a uma melhor saúde, independentemente da renda ou do país em que a pessoa se encontra.

Segundo reportagem do jornal O Globo, essa ideia não é nova. Desde 1660, médicos na Inglaterra já recomendavam banhos de mar e caminhadas à beira-mar como forma de melhorar a saúde. No século XIX, banhar-se nas águas do mar e respirar o “ar do mar” eram amplamente promovidos como tratamentos de saúde, especialmente entre os mais abastados europeus. Com os avanços tecnológicos na medicina no século XX, essas práticas foram gradualmente abandonadas, mas recentemente voltaram a ganhar popularidade entre os profissionais da área.

viver próximo ao mar ou visitar regiões litorâneas está associado a uma melhor saúde, independentemente da renda ou do país em que a pessoa se encontra. Foto: Marcelo Moryan

A pesquisa envolveu entrevistas com 15 mil voluntários de 15 países, incluindo países europeus como França, Alemanha, Grécia, Itália, Espanha e Reino Unido, além da Austrália na Oceania. Os participantes foram questionados sobre suas opiniões em relação ao mar e suas próprias percepções de saúde.

Os resultados, publicados na revista científica Communications Earth & Environment, surpreenderam os pesquisadores. Foi observado um aumento de 37,9% na saúde autodeclarada dos voluntários que viviam a até 2 km da praia. Em distâncias maiores, a melhoria variou entre 6,7% e 18,2%.

“É impressionante ver padrões tão consistentes e claros em todos os 15 países. Agora também demonstramos que todos parecem se beneficiar de estar perto do litoral, não apenas os ricos. Embora as associações sejam relativamente pequenas, vivendo perto e especialmente visitar a costa ainda pode ter efeitos substanciais na saúde da população”, declarou Sandra Geiger, principal autora do estudo.

Foi observado um aumento de 37,9% na saúde autodeclarada dos voluntários que viviam a até 2 km da praia. Em distâncias maiores, a melhoria variou entre 6,7% e 18,2%.

Além disso, foi constatado que visitar a praia também contribui para uma melhora na saúde autodeclarada dos participantes. De acordo com os cientistas, 53,4% desse efeito ocorre entre pessoas que visitam a praia “uma ou duas vezes por ano” e aquelas que nunca a visitam.

Compreender os potenciais benefícios do acesso à praia para todos os membros da sociedade é crucial para o desenvolvimento de políticas adequadas. Paula Kellett, do European Marine Board, ressalta a importância de considerar os benefícios significativos para a saúde que o acesso igualitário e sustentável às praias proporciona ao desenvolver planos espaciais marinhos, pensar nas futuras necessidades habitacionais e estabelecer conexões de transporte público.