O empresário e surfista Robson Silva Rezende, 53, conhecido pelos amigos como Baião, morreu na manhã desta quinta-feira em Guarapari, ele estava surfando na praia de Setiba quando sofreu um ataque cardíaco e enfartou. Diante disto, o Portal 27 reuniu alguns amigos de Robson para contar a trajetória dele na carreira e no esporte.

Primeiro, um amigo de Baião que acompanhou desde o começo, quando começaram a praticar surf juntos, Gláucio Chequetto. Ele contou a história dos dois no esporte e as competições e rivalidades amistosas que os dois viviam, além de comentar sobre os grandes marcos no surfe, como a vez que os dois foram até a final do estadual.

“Nós começamos juntos, viajamos e competimos na mesma equipe e um contra o outro por pelo menos 10 anos, começamos lá nos anos 80 e ele sempre foi muito talentoso, gostava muito de surfar, ele melhorava a cada dia e me incentivava a acompanhar o ritmo dele, até que chegamos juntos na final do estadual e fizemos todo o público da Grande Vitória sentar na areia e ver dois jovens do interior competindo após ter eliminado todos da capital”, disse Gláucio.

Robson morreu na manhã de hoje.

 

O amigo também contou sobre quando Robson chegou no campeonato nacional e ficou entre os 10 melhores, só não chegando mais longe por causa da estrutura e preconceito que a sociedade tinha na época com quem praticasse o surf, pois não viam carreira no esporte.

“Depois do estadual ele chegou no campeonato nacional e sempre ficava entre os 10 primeiros, só não conseguia chegar mais longe porque ele não tinha estrutura, não tinha apoio, mas sempre teve talento. O pessoal tinha um certo preconceito contra os surfistas, achando que não era carreira nem nada certo”, relatou Gláucio.

Por fim, Gláucio falou sobre o problema de coração que Robson tinha e prestou as últimas homenagens elogiando muito o amigo falecido. “Ele até tentou um tratamento e chegou a fazer uma cirurgia, era um problema herdado do pai, mas hoje ele exagerou e o coração não aguentou. Geralmente quando alguém morre vira santo, ninguém fala mal, mas com ele é de verdade, o que falamos dele hoje é o mesmo que falávamos no dia a dia, era honesto e cumpria com as obrigações sempre, vai deixar saudades”, finalizou.

Outro amigo de Robson, Alex Willians, também falou sobre a carreira de Baião e como era querido por todos, também se despediu e prestou luto para ele.

“A partida do Baião é uma grande perda para o esporte municipal, estadual e nacional.
Uma pessoa de coração muito bom, querido por todos e um surfista exemplar. Um grande campeão que representou nossa cidade por anos no circuito estadual e também no circuito nacional. Nos grupos de surf de âmbito nacional a comoção é enorme e todos lamentando a partida deste surfista exemplar para todos nós. O surf capixaba hoje está de luto e o que desejamos neste momento é que Deus o receba e conforte toda a sua família”, disse Alex.

Empresário e pastor, Robson participava também da organização Surfistas de Cristo (SDC). Ele tinha um consultório no qual trabalhava em conjunto com dentistas ajudando na parte financeira enquanto eles entravam com a parte técnica.