A esporotricose é uma doença de pele causada pelo fungo Sporothrix sp., encontrada no solo e em vegetais. Segundo o infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Cicotologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a doença está fora de controle em alguns estados do país.

Dados. Em maio deste ano, os casos da doença no estado do Rio de Janeiro atingiram uma alta de 260% em uma década, segundo o Ministério da Saúde. Os dados mostram 579 ocorrências em 2013 contra 1518 contabilizados até o fim do ano passado. O destaque maior ficou entre crianças e adolescentes — em menores de 15 anos o número de casos saltou de 26, em 2013, para 196, em 2022, uma alta de 750%.

Sobre a doença. A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix, que entra em contato com o organismo por meio de feridas na pele e pode afetar tanto humanos quanto animais. A doença pode caracterizar-se por lesões na pele, pequenos nódulos na camada de pele mais profunda e, nos casos mais graves, pode afetar órgãos ou sistemas como pulmão, ossos e fígado.

Transmissão. A transmissão da doença ocorre principalmente por meio de cães e gatos infectados pelo fungo, que podem transmitir para seus donos e outros animais domésticos. Além disso, ele pode entrar pela pele, por arranhões ou cortes, em contato com materiais contaminados, como gravetos, farpas ou espinhos.

A transmissão da doença ocorre principalmente por meio de cães e gatos infectados pelo fungo.

Tratamento. A esporotricose tem cura tanto para humanos quanto para os gatos e outros animais a partir de medicamentos antifúngicos. O diagnóstico é feito com exames laboratoriais em que o fungo encontrado nas lesões é isolado. O tratamento deve ser realizado com acompanhamento médico e pode variar de três meses a um ano.

 

Prevenção. Entre as medidas recomendadas para prevenir a transmissão da doença estão:

  • Usar luvas e roupas de mangas longas em atividades que envolvam o manuseio do solo ou de plantas;
  • Não abandonar animais com suspeita da doença;
  • Animais mortos pela doença não devem ser enterrados para não contaminar o solo, sendo recomendado a incineração do corpo do animal;
  • Toda manipulação do animal doente pelos seus tutores ou veterinários deve ser feita com o uso de equipamento de proteção individual (EPI).