O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, foi o entrevistado da semana do “Bom Dia, Ministro”. O bate-papo com radialistas de todo o país ocorreu nesta quarta-feira (12/7).

Ao longo de uma hora de entrevista, Alckmin teceu comentários sobre dois principais temas em debate na agenda política do país: a Reforma Tributária e a retomada do desenvolvimento industrial. O ministro destacou que, para aumentar o emprego e a renda, é necessária uma agenda de competitividade para o Brasil atrair mais investimentos e crescer mais.

Confira os principais trechos do programa com o ministro Geraldo Alckmin

REFORMA TRIBUTÁRIA — Eu diria que essa é uma reforma que traz eficiência econômica, vai atrair mais investimento, vai estimular a exportação e reduzir o custo Brasil. E o que interessa para a população: ter mais emprego e renda. Esse é o objetivo da Reforma Tributária, uma reforma estruturante, com eficiência econômica, que vai fazer crescer o PIB.

Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços participa do programa “Bom Dia, Ministro” e conversa com radialistas sobre Reforma Tributária, retomada do desenvolvimento industrial e descarbonização

ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS — Um dos principais itens é a Reforma Tributária, porque nós temos já há muito tempo um sistema tributário caótico. Nós vamos sair, dar o primeiro passo, para sair desse manicômio tributário, eu diria. O que que a Reforma faz? Ela simplifica, então, cinco tributos. IPI, PIS e Cofins viram um só, o CBS, Contribuição Social sobre Bens e Serviços; o estadual e o municipal, que são o ICMS e o ISS, viram um só, o IBS. Então, você simplifica o modelo tributário e reduz o custo Brasil. Depois, você desonera totalmente o investimento.

TRAMITAÇÃO NO SENADO — Pequenos reparos serão feitos na Reforma Tributária pelo Senado; por isso é bicameral, passou na Câmara, agora vai para o Senado. O Senado deve trazer segurança jurídica para investimentos já realizados. No futuro, nós não podemos ter mais ICMS, nós temos que caminhar para o IVA, como é no mundo inteiro.

PROGRAMA DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA — No dia 30 de junho, em um dia, foram vendidos 26 mil veículos, então se salvou muito emprego. Por que é transitório? Porque nós temos certeza que os juros vão cair. Eu lá atrás comprei um Fusca, em 48 parcelas, depois troquei por uma Brasília, 48 parcelas. Sempre a prazo. Hoje, quem compra carro, 70% são à vista, porque os juros são muito altos. Então, os juros começando a cair, se Deus quiser, a partir de agosto, retoma a venda de bens como automóveis. Então, o programa realmente foi muito bem-sucedido. Foram R$ 500 milhões inicialmente, esgotou tudo em três semanas, aumentamos para R$ 800 milhões.

AMAZÔNIA — O CBA (Centro de Bionegócios da Amazônia), agora neste mês de julho, no dia 25 de julho, nós assinaremos em Manaus o primeiro contrato de gestão com uma OS (organização social), Fundação Universitas de Estudos Amazônicos, com interveniência do IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. Qual é o objetivo? É que a biodiversidade amazônica vire renda, vire emprego, vire empresa, vire negócios. Então, cosméticos, indústria farmacêutica, indústria de alimentos. (…) Tive, há três meses, lá em Manaus, na Zona Franca de Manaus, e nós vamos ter perto de 1,6 bilhão de investimentos novos – ou novas fábricas ou ampliações de indústrias já existentes.

RETOMADA DO CNDI — O Brasil teve uma desindustrialização precoce. Então, nós vamos atuar firmemente para segurar essa desindustrialização e para fortalecer a indústria, porque a indústria é quem mais pesquisa, quem mais inova — 70% da pesquisa e inovação são na área industrial, ela agrega valor, paga salários mais altos. Ela é fundamental para o desenvolvimento brasileiro. O CNDI foi criado lá atrás pelo presidente Lula, é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, para você ouvir o setor. Quem ouve mais erra menos. Então, o CNDI foi reinstalado depois de sete anos com 42 membros: 21 do governo, 20 ministérios e o BNDES; e 21 da iniciativa privada, aí está o setor agro, a CNI, o setor da siderurgia, dos alimentos e da eletrônica.

ENERGIA RENOVÁVEL — O importante é a descarbonização. A eletrificação é um caminho, mas não é o único. Se você pegar um veículo a etanol, ele polui menos porque, quando você planta cana, você fixa carbono no solo. Então, nós vamos ter várias rotas tecnológicas, vamos ter o veículo a combustão com melhor eficiência energética, poluindo menos. Acabamos de dar um estímulo para os carros com melhor eficiência energética, com o critério ambiental. Nós vamos ter o híbrido, que no Brasil eu acho que vai ser um caminho importante, etanol e elétrico. E nós vamos ter o elétrico puro. Vamos ter caminhão também movido a gás. Nós vamos ter várias rotas tecnológicas, o que é muito bom; ganha, com isso, a população.

HIDROGÊNIO VERDE — Tem um problema de transmissão. O Ministério de Minas e Energia já lançou os editais, já fez os leilões para ter uma grande rede de transmissão. E o caminho é produzir a outra fase da energia, através da solar e da eólica gerarmos hidrogênio verde, fazemos a hidrólise e tiramos o hidrogênio que é um propulsor de energia. Nós temos outra vantagem, que é poder fazer o hidrogênio verde do etanol, porque se a água tem 2 hidrogênios (H2O), o etanol tem cinco.