O que torna Guarapari um cenário importante quando se fala de turismo no Brasil, não é apenas o fato de ser um município capixaba dotado de generosa quantidade de belas praias.
Sua fama projetou-se através das areias pretas, as monazíticas, riqueza natural inesgotável que atrai até hoje, milhares de brasileiros e estrangeiros, sempre, em busca de prazer e cura para algum mal físico. Daí ser fácil de entender porque se dá a Guarapari o nome de Cidade Saúde.

Muitas pessoas contam histórias e experiência, relatando como era Guarapari antigamente. Cidade de árvores, mangues, economia era dominada pela pesca e o sentimento segurança era admirável.
Compartilhando vida
Benigna Rangel do Nascimento (1933), nascida e criada há 80 de Guarapari, morou até seus 13 anos, onde hoje, é a pracinha do Hotel Coronado. Ela lembra com alegria, como era a cidade na época de sua infância e adolescência.

“Nós brincávamos até ás 23h00 da noite, sem preocupação nenhuma, nessa época, éramos todos uma família só, todo mundo se conhecia, não havia muita briga,tinha muitas serenatas, pessoas apaixonados, nós pegávamos à noite guruçás e dançávamos bastante”.

Segurança.
“Quase, aliás, era MUITO raro morrer alguém em Guarapari, para você ter uma noção, para inaugurarem o primeiro cemitério na cidade, ali na Praia das Virtudes, precisaram trazer defunto lá de Anchieta, porque não morria ninguém aqui. Quando as pessoas morriam, ninguém sabia o nome, só sabiam da Tuberculose, as outras eram desconhecidas. A criminalidade começou a aumentar no final dos anos 80, hoje você anda com receio de ser assaltado a qualquer momento”.
Segundo Dona Benigna, ela afirma que a cidade começou a “bombar” em 1945, quando um rapaz de 20 anos, vindo do Rio de Janeiro junto com sua família em busca de melhoria de vida e foi curado nas “areias morenas”. Durando cerca de dois meses, esse rapaz era levado todos os dias de sol, na praia da Areia Preta, onde seu corpo era coberto de areia.

Esse jovem, era paralítico, não sentia mais suas pernas, ele era levado dentro de uma rede segurada por 2 familiares. Após mais ou menos 60 dias, esse rapaz começou a sentir firmezas nas pernas, sentava e até começar a andar. Esse “milagre” causado pelas areias divididas em negras e cor de ouro ficou conhecido mundialmente.
Assim, Guarapari, começou a ser frequentada por turistas de vários lugares do mundo, que procuravam a cura de suas doenças, muitos tiveram bons resultados. A cidade começou a ser conhecida no cenário turístico e assim a sua economia foi elevada e teve o turismo como sua principal atividade.

Benigna ainda morou ao lado do Hotel Vieira. Hoje ela reside no bairro Olaria, tem 9 filhos, 19 netos e 2 bisnetos. É viúva e seus pais são falecidos. Ela é a caçula entre 7 irmãos, hoje, 3 vivos. Todos criados e nascidos em Guarapari também.
Guarapari, completando 122 anos de emancipação política, a cidade tem um cenário mais valorizado, já faz parte de planos turísticos de muitos Brasileiros e pessoas de fora do país. Reside aqui, em toda a semana santa, um dos maiores congressos universitários do país.
Sua cultura ainda é forte e vista por todos os cantos que se passa, a segurança hoje também é preocupação na cidade, ele está entre as 5 cidades quando se fala em homicídios. A corrupção já entrou em vigor na sociedade Guarapariense.
O medo hoje, se tornou convívio dos moradores, mas ainda sim, a alegria de se morar em uma cidade com uma cultura tão rica, cheia de encantos, de histórias, de família, de conforto e de emoção, não há dinheiro que pague. Com muita luta e garra, Guarapari segue crescendo e ganhando seu destaque merecido.
Essa bela cidade do Espírito Santo justifica os versos que compões a valsa de Pedro Caetano, quando diz: “Quer viver os sonhos lindos, que eu vivi, vá ver as maravilhas de Guarapari…”