O vídeo feito por Gustavo Antônio Souza e a mãe, tomou as redes sociais nesta semana. No registro, Gustavo desabafa sobre os desafios de ser um adulto autista. O jovem procura por emprego, e por conta da sua condição, não consegue uma vaga no mercado de trabalho.

“Meu sonho é ser professor ou também trabalhar em museu. Mas eu sinto como se eu tivesse feito tudo que precisava ser feito, escola, faculdade, esperando sucesso e fracassado”, lamenta o jovem.

Vídeo. Confira o vídeo postado por Gustavo e mãe nas redes sociais falando sobre as dificuldade de arrumar um emprego sendo um autista adulto.

Formado em história. Gustavo se formou em História há dois anos, chegou a dar aulas como estagiário na escola Zuleima Fortes Faria e Angélica Paixão. Mas depois de formado, não conseguiu nenhuma oportunidade. Sem emprego o jovem fica ocioso e por conta do excesso de tempo que passa dentro de casa ele não tem amigos. Eu não tenho mais convívio com a sociedade como tinha antes.Um trabalho me ajudaria a fazer amizades, conhecer novos lugares.”, afirmou Gustavo.

Gustavo em sua formatura no curso de História.

A mãe, Sandra Pereira, lamenta a situação. Ela conta que fica angustiada ao ver o filho perdido em busca de socialização. “Ele relata que não tem amigos, que só fica em casa. A rotina dele é de um crianças que não sai de casa. Um trabalho para ele seria importante, porque além dele se sentir pertencido, por estar trabalhando, ele conheceria pessoas com uma vida social, mínima que fosse, de uma rapaz de 24 anos.”, disse a mãe.

Projetos. A mãe ressalta que o poder público desenvolve programas e tratamentos voltados para crianças com autismo, mas depois que elas se tornam adultas não há nenhum projeto para integrá-las à sociedade. “Eu sinto como se tivesse nadado o oceano e morrido na praia. Não foi fácil para a gente, desde o diagnóstico, com 5 anos. E eu fico frustrada porque nós viemos de uma luta muito grande. Eu tive muitas barreiras na época, aqui em Guarapari, lutei para inseri-lo até na escola. E aí chego agora que consigo vencer tudo isso e fico com um filho de 24 anos ocioso dentro de casa. Eu não sou eterna, tenho que prepará-lo para a vida.”, relatou Sandra.

Para ela, é preciso que o município busque políticas públicas para ajudar jovens autistas a se integrarem na sociedade. “Isso é uma questão nossa, de vários pais de autistas adultos e até mesmo das crianças de hoje que tem autismo, por que elas vão crescer. Se políticas públicas não forem feitas para essa parcela de autistas, os que estão vindo atrás dele, que daqui a pouco vão estar saindo da escola, tudo vai continuar do mesmo jeito. Inclusive conheço outros jovens autistas que estão na mesma situação que a dele.”, afirmou Sandra.

Resposta da Prefeitura. Nossa equipe procurou a administração municipal, para saber se existem projetos, atuais ou futuros, de apoio aos autistas adultos, mas até o fechamento desta matéria não recebemos nenhuma resposta da prefeitura.