Por Marcelo Moryan | A relação de amor e desrespeito que se entrelaça nas tramas do turismo em Guarapari é um paradoxo clamando por soluções. O episódio que testemunhei na terça-feira de carnaval (13/02/2024), com um turista alimentando um macaquinho com pipoca doce no Morro da Pescaria, um santuário ecológico, é apenas a ponta do iceberg de uma série de ações refletindo uma grave falta de conscientização ambiental.
Essas práticas, além de configurarem crimes conforme a lei de crimes ambientais, desencadeiam uma cadeia de comportamentos danosos, que vão desde a gravação de nomes em árvores ou plantas nativas até a depredação de patrimônios naturais e edificados, como o balanço na Praia Vermelha e o banco de madeira do mirante da Ilha da Raposa.
Tais atos não são meros incidentes isolados, mas sim manifestações de um problema mais profundo: a negligência tanto dos visitantes quanto das autoridades locais.
Surpreendentemente, a orientação aos visitantes frequentemente se limita a placas já vandalizadas. Esta situação não apenas reflete o abandono de uma área específica, mas também destaca uma questão mais ampla: a gestão do turismo, que deveria ser um orgulho regional, é motivo de vergonha ao falhar em preservar e valorizar seu patrimônio natural e cultural.
Há anos, o título mais adequado para o verão em nossa cidade amada poderia ser “Belezas, CAOS e Mentiras” – um ciclo vicioso de degradação aparentemente sem fim.
Guarapari, a terra que escolhi e aprendi a amar, enfrenta um momento decisivo. O legado que deixaremos para as futuras gerações está nas nossas mãos, sobretudo nas decisões que tomaremos nas próximas eleições – é imperativo não errar na nossa expressão de amor: o VOTO CONSCIENTE!
Que possamos eleger líderes capazes de mudar essa realidade, de modo que, na “novela do verão”, o “CAOS & MENTIRAS” seja relegado ao passado e a “Beleza” alcance, enfim, seu merecido final feliz.