O sistema de estacionamento rotativo em Guarapari atrapalhou o movimento do comércio no Centro da cidade? Os efeitos do rotativo têm sido muito discutidos na cidade, e para tentar responder a esta pergunta, o Portal 27 resolveu conversar com quem está de frente nesta situação: os lojistas.

Na tarde desta terça-feira (23) conversamos com seis gerentes de lojas que funcionam nas avenidas Doutor Roberto Calmon e Joaquim da Silva Lima e todos disseram que o rotativo não atrapalhou o movimento das lojas. Em alguns casos, houve até aumento nas vendas.

Poucos carros no Centro não influenciaram o movimento do comércio, de acordo com gerentes de lojas.
Poucos carros no Centro não influenciaram o movimento do comércio, de acordo com gerentes de lojas.
"Com mais vagas de estacionamento, o cliente se sente mais confortável". Adriano Menezes, gerente de loja.
“Com mais vagas de estacionamento, o cliente se sente mais confortável”. Adriano Menezes, gerente de loja.

“Na verdade, o rotativo está nos ajudando. Com mais vagas disponíveis, os clientes conseguem estacionar perto da loja. É mais cômodo para eles e nossas vendas não foram prejudicadas”, salientou Adriano Meneses, 36, que há dois anos gerencia uma loja de calçados na avenida Doutor Roberto Calmon.

Em outra loja do Centro, o gerente, desta vez na Joaquim da Silva Lima, que pediu para não ter o nome dele ou da loja divulgados, disse que o movimento até aumentou. “Depois que os clientes puderam estacionar mais próximos da loja, percebemos um aumento de 15% com relação ao mesmo período do ano passado. Antes quando o cliente ficava rodando para achar vagas para estacionar, tinha que andar um bom pedaço e acabava comprando em outras lojas. Agora, se ele pretende comprar na minha loja, ele vai conseguir estacionar próximo e vem direto para cá”, esclareceu.

"O movimento não foi afetado com o rotativo no Centro". Carlos Alexandre.
“O movimento não foi afetado com o rotativo no Centro”. Carlos Alexandre.

Há 27 anos gerenciando uma loja de calçados e materiais esportivos também na Roberto Calmon, Carlos Alexandre Gomes Oliveira, 54, também diz que o rotativo não prejudicou as vendas. “A economia nacional é que está prejudicando o movimento. O rotativo está dando uma ajuda, já que agora tem vaga no Centro para o cliente. Quem sai de casa para fazer compras não se importa em pagar um ou dois reais para estacionar. Ele quer comodidade”, destacou.

CDL e Associação de comerciantes

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Guarapari também acredita que o rotativo não esteja atrapalhando o comércio no Centro.

“Em todas as cidades em que o rotativo foi implantado, houve resistência e estranheza por causa do menor número de carros nas ruas. Mas isso não quer dizer que o movimento caiu. Na Glória, por exemplo, depois da implantação do rotativo, a região passou por uma revitalização”, explicou Aguinaldo Ferreira, superintendente da CDL.

Avenida Roberto Calmon no horário de almoço: poucos carros estacionados. Foto; Portal 27
Avenida Roberto Calmon no horário de almoço: poucos carros estacionados. Foto; Portal 27

Para Themístocles Santana, vice-presidente da Associação de Comerciantes de Guarapari, diz que a queda do movimento nas lojas neste período do ano é natural, “principalmente com a crise econômica que o país enfrenta. O rotativo não pode ser responsabilizado por isso. Ainda existem vários pontos a serem acertados com relação ao rotativo, que nós vamos lutar para ser resolvido”, finalizou.