Ao analisar a última pesquisa que A Gazeta divulgou (44% Hartung – 30% Casagrande) e chegando ao final do último mês para as eleições, podemos tentar entender um pouco os rumos desta eleição estadual. Falando especificamente dos dois candidatos que estão à frente, ou seja, o atual governador Renato Casagrande (PSB) e o ex- governador Paulo Hartung (PMDB), me veio à cabeça o seguinte questionamento. Quem vai ganhar as eleições? Os números ? Ou a grife?  Explico.

Governadores
Antes aliados, Hartung e Casagrande disputam em lados opostos.

Números. Casagrande faz uma campanha onde mostra os números que segundo ele, provam que em 4 anos fez muito mais do que Hartung em 8.  Por outro lado, fazendo também as suas comparações de números, Hartung bate na tecla que deixou a “casa arrumada”, mesmo assim, segundo ele, nas mãos de Casagrande, o Estado ficou parado.

Grife. O que podemos perceber é que mesmo um governo com uma boa aprovação como o de Casagrande (43% dos eleitores), parece não estar conseguindo suplantar uma “grife”, uma marca, chamada Paulo Hartung. “O melhor governador que o Estado já teve”, segundo alguns cabos eleitorais gostam de falar.

Em oito anos de governo, PH trabalhou e divulgou o que fez através de um marketing estratégico. Diz a oposição que fez até propaganda de obras que nunca entregou.  Tinha uma ótima equipe de comunicação e o apoio da grande mídia. Sem contar que os governos anteriores, com Vitor Buaiz e José Ignácio, foram verdadeiros desastres, causando traumas aos capixabas.

Casagrande
Casagrande ressalta investimentos dos 4 anos de governo.

Por isso, ao assumir, PH colou em seu peito o rótulo de “salvador”. Construiu no imaginário popular a imagem do “supergovernador”. O homem que colocou o Estado “Nos trilhos do desenvolvimento”, como ele gosta de dizer. Essa imagem não é fácil de desconstruir. Nada fácil. Está enraizada na cabeça de muitos capixabas, por isso, as pesquisas mostram PH sempre na frente. Aliás, por isso ele voltou. Tinha pesquisas internas, feitas meses atrás que mostravam o potencial do seu nome. Era agora ou nunca.

Hartung aponta um estado com a economia parada.

Azar de Casagrande, que com um governo bem avaliado, sem imagem de corrupção e mostrando bons números de obras e investimentos por todo o Estado, ainda não conseguiu, desfazer a imagem – ou diminuir a distancia – do antecessor que um dia foi seu aliado. A virada pode acontecer? Pode. Por que não? Temos pouco mais de um mês pela frente e já se viu de tudo na história das eleições brasileiras.

Na minha modesta opinião, quem vencer, vencerá apertado. Será como nas corridas de cavalos, ou seja, quando os juízes têm dúvidas, em uma disputa acirrada, “cabeça a cabeça”  e acabam apelando para o “photochart”, aparelho que através de foto mostra quem chegou na frente. E esse photochart só em outubro mesmo.