Segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) de setembro de 2023, uma em cada três cidades brasileiras têm mais motos registradas do que qualquer outro tipo de veículo motorizado. De acordo com o g1, em 1.903 cidades, a moto é o veículo mais presente, e em 3.665 municípios, o carro fica no topo da lista. Além de carros e motos, os dados da Senatran consideram também caminhonetes, caminhões e outros tipos de veículos.

De acordo com o g1, em 1.903 cidades, a moto é o veículo mais presente.

As motos têm grande popularidade no Norte do país. Na região, 8 em cada 10 cidades têm mais motocicletas registradas do que carros ou qualquer outro veículo. No Nordeste, o número é de 7 em cada 10 municípios.

Espírito Santo. No Estado, 14 cidades possuem mais motos do que outros tipos de veículos. São elas:

  • Ecoporanga – as motos equivalem a 50,09% da frota
  • Água Doce do Norte – 50,56%
  • Vila Pavão – 56,5%
  • Boa Esperança – 48,63%
  • Águia Branca – 52,63%
  • São Gabriel da Palha – 51%
  • Vila Valério – 53,62%
  • Jaguaré – 47,22%
  • São Domingos do Norte – 44,64%
  • Governador Lindenberg – 50,81%
  • Rio Bananal – 50,77%
  • Marilândia – 47,15%
  • São Roque do Canaã – 49,04%
  • Laranja da Terra – 52,98%

Na região metropolitana, porém, os carros continuam sendo os principais veículos utilizados.

Crescimento. Segundo informações do g1, o registro de motocicletas no Brasil teve um aumento significativo nos últimos 20 anos, crescendo mais de cinco vezes neste período. Em 2003, o número de motos era de 5,7 milhões, crescendo para 21,9 milhões em 2013 e atingindo 32,3 milhões até setembro de 2023.

De acordo com especialistas ouvidos pelo g1, três fatores estão por trás do aumento da proporção de motos na frota brasileira

COMPRAR MOTO SAI MAIS BARATO – Rafael Pereira, pesquisador do Instituto de Pesquisa Avançada (Ipea), destaca que o aumento da renda nas últimas décadas proporcionou o cenário ideal para a compra de motos. Ele afirma: “A população de classe baixa quer sair do transporte público e tem duas opções: ou compra carro ou compra moto. Como a moto é mais barata, acaba sendo mais atraente para uma parcela dessa população”.

CARRO POPULAR SUMIU – Flavio Padovan, analista do setor e ex-diretor de montadoras como Ford e Volkswagen, ressalta que o preço dos carros subiu, e o carro popular praticamente “desapareceu” do mercado. “Nós já chegamos a ter 3,5 milhões de veículos vendidos [carros comerciais leves] por ano, e hoje estamos rodando em 2 milhões. Ou seja, 1,5 milhão de consumidores sumiram”, afirmou ele. Segundo a Bright Consulting, de 2016 até o presente momento, o preço médio dos veículos vendidos no Brasil aumentou de R$ 19 mil em 2016 para R$ 138,6 mil em 2023.

PLATAFORMAS DIGITAIS – As plataformas de entrega também são apontadas como uma das responsáveis pelo cenário atual. Paulo Miguel Júnior, conselheiro gestor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), observa: “Principalmente durante e após a pandemia [de Covid-19], notamos um aumento significativo do licenciamento de motos, principalmente devido aos serviços de logística de last mile [etapa final, em que produto é entregue ao cliente] e entregas de comida e pequenos objetos”.