A recente onda de violência em Copacabana tem levado ao ressurgimento de grupos autodenominados “justiceiros” na região, algo já observado em 2015. Por meio de grupos de WhatsApp, esses indivíduos se organizam para “caçar”, conforme sua própria definição, aqueles que praticam roubos na área.

Um membro do grupo União dos Crias expressou sua disposição em retaliar o ataque sofrido pelo empresário Marcelo Rubim Benchimol, que foi agredido até perder a consciência na Avenida Nossa Senhora de Copacabana ao tentar defender a personal trainer Natália Silva.

Em comunicado, a Polícia Civil informou ter ciência da situação, destacando que diligências estão em andamento para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos. As investigações estão a cargo dos delegados da 12ª DP (Copacabana) e da 13ª DP (Ipanema), que analisam vídeos das redes sociais para identificar os suspeitos.

‘Justiceiro’ de Copacabana mostra soco-inglês — Foto: Reprodução

É importante ressaltar que fazer “justiça com as próprias mãos” é considerado crime, conforme previsto no artigo 345 do Código Penal Brasileiro. Os integrantes desses grupos exibem objetos como soco-inglês, pedaços de pau e mencionam até uma “retaguarda de peça” – ou seja, indivíduos armados para dar cobertura.

Preocupados com a identificação, eles debatem sobre a melhor forma de “dar uma lição” aos suspeitos de roubo, acordando que devem usar roupas pretas, ocultar tatuagens e usar “máscaras de covid” para esconder o rosto.

Um professor de jiu-jítsu convocou seus 109 mil seguidores para uma possível força-tarefa, expressando indignação com as “agressões e covardias comandadas por vagabundos, assaltantes e desordeiros”. Ele propõe uma ação conjunta de academias e lutadores para “neutralizar esses meliantes em defesa da tranquilidade do bairro”.

Os índices de violência em Copacabana, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), mostram um aumento significativo nos registros de roubo e furto entre janeiro e outubro de 2022 e 2023. Destacam-se os aumentos de 56,3% em furto a transeunte, 47% em roubo de celular, 34,9% em furto de celular e 23% em furto em coletivo. No geral, houve um aumento de 23% no total de furtos e um aumento de 25% no total de roubos em relação ao ano anterior.

*com informações do g1