Quando visitei o Mosteiro Zen Budista pela primeira vez em Ibiraçu – ES, fiquei impressionado ao ver um monge em posição de lótus, voltado a 1,5 metros para uma parede branca – ele já se encontrava imóvel  a mais ou menos oito horas – não me imaginava na vida daquele jeito… era muita quietude para um cara como eu ligado a 220v.

Portal do Mosteiro ZEN – Ibiraçu | ES – Foto: Marcelo Moryan

Mais impressionado ainda fiquei quando, em 2011 o mosteiro foi assaltado e os monges torturados. Em entrevista ao Jornal A Gazeta, quando perguntado sobre como se sentiam, o abade do mosteiro, o monge Daiju Bitti respondeu: “Treinamento de monge é pesado como o do Bope. Eu estou preparado para morrer. Sei que fiz o bem”.

Aquela resposta ficou gravada na minha cabeça acostumada a pensar “trocentas” coisas na velocidade da luz. Minha meta a partir dali era me aproximar de pelo menos 1% da mente BOPE daqueles monges – “SABENDO QUE FIZ O BEM, ESTAR PREPARADO PARA MORRER…”

Passaram-se alguns anos e fui deixando pelo caminho minhas ansiedades e em paralelo fui descobrindo que aquela tão temida posição de lótus podia ser feita de outros modos – concentrando-se em uma coisa por vez ou simplesmente deixando a tempestade derrubar tudo o que podia em minha vida, para depois pacientemente, recolocar as coisas que realmente importava no seu devido lugar.

TEMPESTADES acontecem a todo momento em nossa vida ou em volta dela – e acredite, todas são necessárias – não se cai uma folha neste mundão de Deus sem que realmente faça sentido.

TEMPESTADES também trazem oportunidades, mas só consegue enxergar isso quem estiver olhando aquela parede branca do monge como uma página em que se pode reescrever a própria história.

Um segredo que acabei descobrindo sobre a paciência é que NADA, NADINHA É PARA SEMPRE, nem mesmo aquele sorriso “magiclick” dos nossos melhores momentos… então…

… então tudo que estamos vivenciando agora nessa pandemia “VAI PASSAR” – e não falo isso por ser um otimista incorrigível – Isso é um fato que a vida nos revela quando passamos a preencher o tempo com desejos legítimos – colocando o amor acima de nossas vaidades. E o amor, por mais que sofra, sempre sai vencedor.

O Covid-19 é isso: Uma OPORTUNIDADE para separar o Joio do Trigo – as coisas que realmente importam das firulas e mais que isso… para mergulhar a nossa mente no treinamento BOPE de Buda, Cristo, Mahavira, Maomé e outros tantos grandes iniciados contemporâneos como Gandhi, Chico Xavier, Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá…

Exemplos não faltam naqueles que nos inspiram… o que faltam são seguidores leais, capazes de suportar as TEMPESTADES com FÉ!