Em reunião realizada na tarde deste sábado na praça Philomeno Pereira Ribeiro, conhecida como Praça da Itapemirim, em Muquiçaba, ficou decidido pelos presentes, que a ponte de Guarapari será fechada na próxima sexta-feira (16) a partir das seis da manhã.

Usuários do transporte intermunicipal se reunião na tarde deste sábado na praça Philomeno Pereira Ribeiro e decidiram fechar a ponte na próxima sexta-feira em protesto ao decreto que determina que o embarque e desembarque dos coletivos seja feito na rodoviária.

O evento contou com a participação de trabalhadores e estudantes que são usuários do transporte intermunicipal, funcionários das empresas de ônibus e também de moradores da cidade que usam o transporte esporadicamente, mas não concordam com o decreto.

Para a enfermeira Iracy Marques, que mora em Guarapari e é funcionária pública da prefeitura de Vitória, essa assembleia serviu para unir os usuários do transporte. “Essa assembleia é para unir todos os usuários das linhas intermunicipais. A questão toda é que não afeta só Guarapari. Afeta trabalhadores de outros municípios também. O que demonstra um grande desrespeito com a população. Um desrespeito com aqueles que deram um voto de confiança no prefeito”, disse ela. 

O cobrador Diogo Peres Soares afirmou que a empresa onde trabalha já avisou que com o decreto a arrecadação vai diminuir e 70% dos funcionários podem ser demitidos. “Eu só tenho cinco meses de emprego. Minha filha acabou de nascer agora. Estamos com medo de desemprego, pois dependemos dos passageiros”, lamentou.

A enfermeira Iracy Marques lembrou que o decreto afeta trabalhadores dos municípios vizinhos também.

Autoridades políticas também estiveram presentes apoiando o movimento contra a mudança no transporte intermunicipal.  O vereador Dito Xaréu afirmou que “nós não somos favoráveis a esse novo decreto. Estamos articulando politicamente, no que compete a gente a ver uma solução melhor para isso aí, para que a população não seja prejudicada como vai ser a partir da semana que vem, se não for revogado esse decreto. Não estamos fazendo política contra ninguém, estamos aqui ouvindo as opiniões para que a gente chegue a um consenso”.                      

O parlamentar Denizart Luiz lembrou que com o decreto o custo do transporte vai ficar mais caro. “Existem três clausulas nesse contrato que obrigam a população a pegar ônibus somente na rodoviária. Isso não existe para nós. Isso é uma coisa complicada, pois os moradores para chegar a rodoviária, tem que pegar os ônibus municipais e isso é inviável para a logística do nosso trabalhador.  Aumentando a passagem vai gerar desemprego na cidade porque nenhum patrão vai querer pagar isso. Por exemplo, quem vai para Vila Velha trabalhar, vai pagar cerca de 28 reais a mais de passagem por dia”, diz.

Enis Gordinho lembrou que além de vereador, faz parte da categoria dos rodoviários que temem ficar desempregados. “Eu acredito que toda a câmara está disposta a ajudar, a melhorar essa situação, para que não haja esse desconforto para a população. Todos os 17 vereadores estão dispostos a sentar, a conversar e a tentar o melhor caminho. O ônibus tem que continuar passando onde passa. O povo não pode pagar isso. Numa crise que nós estamos vivendo, aumentar o custo para o povo. Eu sou rodoviário. Isso vai gerar desemprego para o trabalhador. E o que ele vai falar para a família? Estamos aqui para poder tentar o melhor, sempre no diálogo”.                       

Durante a reunião foram espalhadas faixas pela praça contra o decreto.

Para o vereador Rogério Zanon o decreto não vai se manter. “Meu principal sentimento é um sentimento de tristeza. Porque diante de tanta confusão, turbulência, crise em todo o país. A gente vê um decreto dessa monta, que está atingindo literalmente, quase 100% da população de Guarapari. Em uma logística totalmente incompatível com a nossa cidade. É muito triste. Eu creio que isso não passa dessa semana. Eu acho que essa semana esse decreto cai. Vamos ver se a gente consegue sensibilizar o poder executivo.  A pessoa tem que ter a grandeza de reconhecer que fez uma coisa errada”, afirmou o parlamentar.

Na reunião, também ficou acordado que após o fechamento da ponte na próxima sexta-feira, outras manifestações serão realizadas.

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