A cidade de Guarapari é o balneário mais visitado do Espírito Santo. Suas praias atraem turistas de todos os cantos do país. São pelos menos 52 praias de fácil acesso na cidade. Talvez, por isso, uma das joias naturais da cidade seja tão pouco conhecida. Estamos falando do canal de Guarapari. Essa é a matéria de encerramento da cobertura do verão 2016 pelo Portal 27.

O canal e as montanhas formam um visual impar. Foto: João Thomazelli/Portal 27
O canal e as montanhas formam um visual impar. Foto: João Thomazelli/Portal 27

O canal que termina na Prainha de Muquiçaba se estende terra a dentro e passa por vários bairros da cidade. Belíssimo lugar para passeios e pescaria, pelas suas curvas, o visitante também pode aprender um pouquinho da história da fundação do município, além de desfrutar de momentos de total imersão na natureza.

Partindo do cais, próximo ao mercado municipal e da ponte do Centro, logo o observador pode contemplar as montanhas que ficam no interior do município.

A Pedra da Risca é ponto de referência para pescadores em alto mar. Foto: João Thomazelli/Portal 27
A Pedra da Risca é ponto de referência para pescadores em alto mar. Foto: João Thomazelli/Portal 27

“Desde há muito tempo, os pescadores usam a pedra da risca (uma montanha maciça que se destaca das outras formações) como ponto de referência para voltar para casa. Mesmo em alto mar, quando não é possível ver mais o continente, ainda é fácil ver a Pedra da risca no horizonte. O pescador sabe que se seguir naquela direção, vai chegar em casa”, explica Alexandre Mansur, capitão do Thor, embarcação que faz do canal o principal roteiro de suas navegações.

Saindo da região urbanizada do canal, vemos a laje de pedra que deu nome ao bairro Itapebussú. A professora Beatriz Bueno afirma que o termo significa laje de pedra grande em tupi. Ali é possível ver um pequeno estaleiro para reparos de embarcações pesqueiras.

De uma hora para outra a civilização desaparece e o visitante se sente abraçado por uma natureza exuberante. Peixes saltam próximos aos barcos, garças sobrevoam a superfície da água num voo silencioso à procura da refeição e o manguezal parece abraçar tudo. Por vários minutos o que se vê é natureza, como era há cem, duzentos, trezentos anos.

Pelo quebra milho passava a produção rural que ia para a cidade. foto: João Thomazelli/Portal 27
Pelo quebra milho passava a produção rural que ia para a cidade. foto: João Thomazelli/Portal 27

Em certo ponto, Mansur aponta para um pequeno cais. “Ali é o quebra milho. Por aquele cais antigamente era escoada a produção agrícola da cidade por barcas até o Centro. Existiam várias fazendas e pequenos produtores nesta área”, explica.

Durante o passeio, eventualmente, num dia de sol, o visitante de depara com moradores dos bairros limítrofes do canal, que fazem das pequenas faixas de areias suas praias particulares.

Ainda há, durante o percurso, um encontro com a Pedra do Sino, formação que possui certa semelhança com a forma cônica do instrumento. Além da Prainha de Olaria, Concha D’ostra e, com a maré certa, o visitante pode chegar até a Aldeia Velha, que segundo alguns documentos históricos foi o local onde ocorreu o primeiro assentamento do homem branco por essas bandas.

O passeio é inesquecível, seja para fotógrafos, amantes da natureza ou para quem simplesmente quer conhecer Guarapari por outro ângulo. Confira um vídeo do passeio.

Passeios podem ser agendados com o Alexandre Mansur pelo número 27 98833-1099.