Parados desde o final de março, motoristas de van escolar fizeram uma carreata na manhã de hoje (05) em Guarapari, pedindo ajuda dos órgãos competentes e também dos clientes.
Desde que as aulas foram suspensas nas escolas municipais e nas faculdades devido a pandemia do novo coronavírus, as vans ficaram impossibilitadas de circular. Até mesmo quem recebia alguma verba com viagens turísticas, também está no prejuízo. O turismo está parado.

Motoristas de van escolar fizeram uma carreata na manhã de hoje em Guarapari, pedindo ajuda dos órgãos competentes e também dos clientes

O motorista Douglas Teodoro, de 40 anos, que trabalha no transporte universitário de Guarapari para Vila Velha, declara que alguns motoristas já não conseguem comprar comida.

“Tem muita gente que já está passando dificuldade dentro de casa. Além de não conseguir pagar a prestação do veículo, que normalmente é muito cara, para alguns já faltam comida. Alguns motoristas estão em busca de cesta básica. Um mês parado já foi difícil, mais do que isso o problema pode ser pior. Muitos poderão não voltar. Com prestação atrasada de carro, vem a busca e apreensão dos veículos, e não conseguirão voltar”, conta o motorista.

“Não temos apoio de mais ninguém”, afirma Douglas, motorista de van.

Douglas relata que alguns estão conseguindo sobreviver, através da ajuda dos pais de alunos e alguns clientes. “O que recebemos hoje, é a mensalidade de alguns pais de alunos e clientes que nos ajudam pagando. Mas essa ajuda, gira em torno de 20 e 30% do que recebíamos antes. Mesmo assim, houve uma negociação. Alguns pagam metade, e até menos, e não temos apoio de mais ninguém”, explica ele.

Para os motoristas, a maior reivindicação neste momento, é que os pais dos alunos e clientes não os abandone, pois tudo poderá ser recompensado. “A gente precisa desse apoio. Com a reposição de aulas em janeiro, aos sábados, estaremos juntos e será nossa forma de retribuir”, completa Douglas.

Além da ajuda dos clientes, os motoristas reivindicam ainda, isenção de taxas, licenciamento do Detran, impostos dos tacógrafos e outros pagamentos que são exigidos como se a pandemia não estivesse acontecendo.

“Essas taxas estão vencendo e não temos como pagar. Não tivemos apoio de nada. Não temos auxilio emergencial ao menos. Fomos os primeiros a parar, e seremos os últimos a retornar”, finaliza o motorista.