A primeira parte da obra de revitalização do Canal de Guarapari, realizada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), está prevista para ser entregue ainda este mês. O serviço deixou o local com uma aparência melhor e ajudou a dar maior fluidez ao trânsito, mas sua inauguração pode deixar os pescadores que trabalham ao longo da avenida Pedro Ramos sem espaço para comercializar seus pescados. Por isso, uma reunião entre os trabalhadores e representantes da prefeitura para discutir o destino deles foi realizada, nesta terça-feira (10).

Segundo o pescador, aproximadamente 20 pessoas comercializam peixes ao longo da avenida Pedro Ramos e terão que deixar o local. Foto: Rafaela Patrício

Um pescador que prefere não ser identificado relatou que cerca de 20 pescadores trabalham. Segundo ele, na conversa foi acordada a realização de uma nova reunião, ainda sem data definida,  para que eles sejam informados do novo espaço que o município vai ceder para que possam trabalhar.

“Fomos procurados pela prefeitura de Guarapari e nessa reunião foi citada uma notificação para nós. Combinamos de fazer uma nova reunião em que vamos convocar os representantes da Saúde, Fiscalização e Postura, Ministério Público e demais órgãos. Aí nessa próxima reunião a gente vai tomar conhecimento de um lugar adequado para a gente poder trabalhar com saneamento básico e próprio para que a gente posso comercializar os nossos pescados”, contou o pescador.

Gilberto Cabral de Melo vende peixes no local a cerca de 20 anos. Ele relatou que está preocupado em ter que deixar o local. “Se me tirarem daqui, como vou arrumar o sustento da minha família se nós só vivemos disso ?”, disse Gilberto preocupado.

O pescador Gilberto Cabral Melo (no centro) vende peixes no Canal há cerca de 20 anos e espera que o município arrume um novo espaço para que eles possam trabalhar. Foto: Rafaela Patrício

Mesmo ainda sem saber qual o local em que o município pretende instalá-los, ele disse que não se importa em sair do Canal. “Se eles arrumarem um lugarzinho para a gente trabalhar, a gente não se importa em sair. Tudo que a gente quer é trabalhar”, afirmou o pescador.

Procurada, a prefeitura explicou que não foi marcada uma data para que os trabalhadores saiam do Canal e que os mesmo vão sugerir um local que gostariam que o município ceda para que possam comercializar seus pescados. “A Prefeitura informa que o prazo de retirada do local no foi estipulado, a pedido dos próprios peixeiros e acatado pelo município, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura (Semag). 

Os mesmos se comprometeram, através de sua representante, Drª Beth Haddad, a protocolar na manhã desta quarta-feira (11), um documento especificando a situação de cada trabalhador que atua ali. Inclusive, neste documento eles irão sugerir um local para trabalhar. A prefeitura informa que somente depois da análise deste documento será possível verificar quais serão as medidas adotadas e esclarece ainda que a Semag, Setac e Septran têm feito esse trabalho de regularização atendendo a notificação recomendatória do Ministério Público e ao ofício do DER”, diz a nota do município.   

 

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