O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, disse, em entrevista à Folha de São Paulo, que o futuro da empresa deverá ser discutido com a sociedade. Ele ainda acredita que a barragem de Fundão, que rompeu no dia 05 de novembro, não será reerguida.

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Vescovi afirma que a empresa tem uma reputação de 38 anos, o que dá credibilidade para lidar e negociar em situações adversas.

Uma ação civil anunciada pela União e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo determina que a empresa crie um fundo de R$ 20 bilhões. Vescovi foi questionado sobre as condições da mineradora, sem geração de caixa, em criar tal fundo. Em resposta, ele afirma que a empresa tem uma reputação de 38 anos, o que dá credibilidade para lidar e negociar em situações adversas como essa.

“Tudo vai depender de como isso é desembolsado no tempo. Você vai desembolsar R$ 20 bilhões em seis meses, em um ano, em cinco anos, em 10 anos? Como isso é feito? De que forma isso é feito? Isso vai ser discutido com a sociedade, porque para uma empresa existir ela tem de ter dois fatores primordiais: o primeiro é alguém querer que ela exista. O segundo é que a sociedade permita que ela exista”, disse.

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“Eu conto com a possibilidade da Samarco dar conta disso tudo”, diz o diretor-presidente da empresa.

Sobre o encerramento das atividades da Samarco, o diretor-presidente ressaltou que: “Eu conto com a possibilidade de que nós vamos dar conta disso tudo, no prazo certo, da forma correta, conforme for acordado nas ações que a gente discutiu com a Justiça na suas várias esferas, no seus vários ângulos. Eu conto com a possibilidade da Samarco dar conta disso tudo”.

Ele também descartou que o investimento em segurança possa ter sido comprometido devido a busca por alta rentabilidade. “Em nenhuma hipótese. Se essa hipótese fosse verdadeira, nós não teríamos os números de saúde e segurança que temos historicamente. Isso não se faz de um dia para o outro. A Samarco é modelo por aplicação de tecnologia e desenvolvimento de tecnologia desde o seu início”, garantiu.

Vescovi ainda ressalta que a empresa não pretende voltar a operar a barragem de Fundão: “Não é nossa intenção voltar a construir naquele local, até por tudo o que esse acidente representou e representa para a empresa”.

*Com informações do jornal A Tribuna